Hospital público investigado pela morte de mais de 20 pacientes é fechado em São Paulo

Interditado desde o dia 31 de outubro, o Hospital Bela Vista chegou a ser considerado uma unidade de referência no atendimento à população em situação de rua em São Paulo. Localizada no centro da cidade, a unidade de saúde será permanentemente fechada após se tornar alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo que averigua possíveis irregularidades e a morte de mais de 20 pacientes no local. As informações são da CNN Brasil.

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Conforme a reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que está entregando o prédio do hospital como solicitado pelo MPSP e pela vigilância, órgãos que junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realizaram a interdição do local no dia 31 de outubro.

Mortes na UTI

Inicialmente a informação era de que a medida seria por conta de problemas estruturais, mas o promotor responsável pelo caso, Arthur Pinto Filho, indicou outras questões que levaram a interdição e fechamento da unidade de saúde.

Em dados revelados pelo promotor, um levantamento do Cremesp apontou uma série de irregularidades, entre as quais estão listadas as mortes de 32 pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital entre os meses de agosto e setembro. Das mortes registradas ao menos seis podem ter envolvido “erros grotescos”, conforme fala do promotor.

Para Filho, ainda é necessário realizar uma análise detalhada das mortes para compreender os fatos. Além das mortes na UTI, foram encontradas irregularidades e problemas nos quartos de isolamento que abrigavam pacientes com tuberculose. O local não teria um sistema de ar adequado para impedir que outras pessoas fossem infectadas pelo vírus.

Além disso, a fiscalização apontou falta de profissionais em quantidade suficiente para atender a demanda do local, bem como falhas na separação entre os equipamentos limpos e sujos, inconsistências no controle e distribuição de medicamentos controlados e até mesmo ausência de licença da Vigilância Sanitária.

Em nota, a SMS reafirmou que o local foi interditado por motivos estruturais “visando adequações técnicas às normas da Vigilância Sanitária”.

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