PF: Lobista que comprava sentenças no STJ disse ter influência no gabinete de Nunes Marques, do STF

O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de integrar esquema de venda de sentenças, foi alvo de operação da PF (Reprodução/Arquivo pessoal)

A Polícia Federal está investigando o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves por suspeita de envolvimento na compra de decisões judiciais. Diálogos extraídos do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, mostram o lobista tentando aparentar proximidade com o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, o ministro afirmou que nunca teve qualquer contato com Gonçalves e classificou o uso de seu nome como “estelionato”.

Em nota, Nunes Marques repudiou o envolvimento de seu nome no caso. “Jamais conheci ou tive qualquer contato com os envolvidos. Trata-se de uma tentativa falsa de demonstrar prestígio para enganar terceiros, um clássico caso de estelionato”, declarou o ministro. Ele também informou ter solicitado providências ao relator do caso no STF, ministro Cristiano Zanin.

Ministro Nunes Marques durante a Sessão Plenária realizada em 20 de junho de 2024. Foto: Andressa Anholete/STF

Os diálogos analisados pelo UOL incluem mais de 9.000 mensagens trocadas entre Gonçalves e Zampieri. Os registros indicam que o lobista atuou nos bastidores de processos sob a relatoria de Nunes Marques no STF. Essas conversas são parte de investigações conduzidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Polícia Federal.

A esposa de Gonçalves, Mirian Ribeiro Gonçalves, advogou formalmente em sete processos no STF depois que Nunes Marques assumiu a relatoria. Em todas essas ações, o ministro votou a favor dos clientes de Mirian. Esses processos foram movidos por desembargadores de Mato Grosso, que buscavam anular penalidades de aposentadoria compulsória aplicadas pelo CNJ por desvios de recursos do tribunal.

Os sete casos representam a maioria das ações de Mirian no STF nos últimos dez anos. Mensagens recuperadas pela PF indicam que seu marido teve um papel ativo nos bastidores dessas ações. Apesar das evidências, o ministro Kassio Nunes não é investigado, e o material está sob análise do procurador-geral da República, Paulo Gonet. As informações são do UOL.

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