“Política baseada na desinformação”, diz Pimenta sobre governo Bolsonaro

O ministro Paulo Pimenta classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro como de extrema-direita em artigo na Folha. Fotomontagem

Paulo Pimenta, Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Brasil, publicou um artigo neste domingo (17) na Folha de S. Paulo, no qual classifica Jair Bolsonaro como um representante da extrema-direita radical, que se vale de práticas antidemocráticas e o uso de desinformação para enfraquecer as instituições e fomentar ações violentas. Confira trechos:

“É um erro pensar que Jair Bolsonaro é de direita. O conservadorismo político é uma alternativa legítima do jogo democrático e parte importante do debate racional que deve caracterizar a política. Mas Bolsonaro não é só um conservador, é um expoente da extrema direita radical. Essa corrente, segundo o professor Cas Mudde (‘A extrema direita hoje’, eduerj, 2022), filia-se a uma tradição cuja característica fundamental é a violência real e simbólica contra a ideia e a prática da democracia. O bolsonarismo raiz situa-se no âmbito de movimentos como o neofascismo e os populismos de direita, comprovadamente antidemocráticos e antipopulares”.(…)

(…)”Por isso, o recente artigo de Bolsonaro neste jornal gerou indignação. Não é preciso ler Cas Mudde ou outras dezenas de reflexões (incluindo o precioso relato analítico da jornalista Patrícia Campos Mello, intitulado significativamente de ‘A Máquina do Ódio’) para entender o que representa Bolsonaro. Sua prática política, baseada na desinformação e na disseminação de teorias conspirativas, revela um ‘modus operandi’ que já está mapeado pelos estudos recentes, tipificando a forma como a extrema direita age em todo o mundo, demonizando os que se opõem a ela e exercendo um poder sufocante sobre as instituições democráticas, até, se não houver reação da sociedade, matá-las”.

“Ao contrário do que diz Bolsonaro, no Brasil a democracia só venceu porque o presidente Lula foi capaz de liderar uma frente ampla democrática. Foi esta coalizão e a força e legitimidade de nossas instituições que garantiram esse período de reconstrução dos valores da democracia, caminho que, como alertam Flávia Pellegrino e Arthur Melo em artigo neste mesmo espaço, ainda não está totalmente consolidado, porque, conforme os autores e eu concordo, ‘os que atentaram contra ela (a democracia) continuam ecoando inverdades’.(…)

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista à âncora da CNN, Christiane Amanpour – Foto: CNN

(…)”E o que o povo brasileiro disse na última eleição presidencial é que bastava de fanfarrices, mentiras e descompromisso com o país. Não custa lembrar os mais de 700 mil mortos na pandemia por descaso comprovado de um governo que não conseguiu, em quatro anos, apresentar qualquer política pública que fizesse jus a essa denominação, deixando a inflação chegar a 10% e o desemprego em 14%”.(…)

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