Conheça a igreja e as polêmicas da Bola de Neve, fundada pelo apóstolo bolsonarista Rina

Fachada de uma unidade da Bola de Neve, do apóstolo bolsonarista Rina – Foto: Reprodução

A Igreja Bola de Neve, fundada em 1999 pelo pastor bolsonarista Rinaldo Luis de Seixas Pereira, conhecido como apóstolo Rina, ganhou notoriedade por atrair público jovem. Rina, que morreu neste domingo (17) em um acidente de moto, criou a igreja a partir de uma experiência pessoal de superação. A primeira reunião aconteceu embaixo de uma loja de surfe em São Paulo, onde uma prancha foi usada como púlpito, criando uma marca visual que a distingue até hoje.

A congregação cresceu rapidamente, chegando a mais de 400 unidades no Brasil e em países como Canadá, Colômbia, Uruguai e Portugal. Apesar de se destacar pelo estilo descontraído dos cultos, envolvendo música ao estilo rock e uma linguagem moderna, a igreja enfrenta diversas polêmicas. Acusações de desvio de recursos, exploração de trabalho voluntário e abusos psicológicos contra fiéis colocaram a organização sob escrutínio.

Rina esteve no centro de controvérsias antes de sua morte. Em junho de 2024, ele foi afastado das atividades da igreja após denúncias de violência contra sua esposa, a cantora gospel Denise Seixas. Denise relatou episódios de agressão física, violência psicológica e ameaças, o que resultou em uma medida protetiva contra Rina. Ele negou as acusações, mas o caso trouxe forte repercussão para a liderança da Bola de Neve.

Pastor Rinaldo Pereira e a esposa, Denise Seixas – Reprodução

Além disso, a sede da igreja em Balneário Camboriú, Santa Catarina, foi acusada de irregularidades financeiras. Ex-membros denunciaram o desvio de doações destinadas ao Instituto para Empreendedora (IPE), supostamente ligado à igreja. Segundo as denúncias, valores doados foram usados para beneficiar pastores e familiares, gerando descontentamento entre os fiéis.

Sede da Bola de Neve em Balneário Camboriú, Santa Catarina – Foto: Reprodução

Entre as personalidades ligadas à Bola de Neve, destacam-se o surfista Gabriel Medina, a atriz Fernanda Vasconcellos e João Figueiredo, genro de Xuxa. No entanto, ex-integrantes também relataram experiências negativas. Rodolfo Abrantes, ex-vocalista da banda Raimundos, afirmou ter sofrido abusos psicológicos durante o tempo em que frequentou a igreja e lamentou o impacto que isso teve em sua família.

Exploração de trabalho voluntário e posturas contraditórias

A exploração de trabalho voluntário em cantinas e eventos também é uma das principais denúncias feitas contra a igreja. Ex-membros alegam que foram pressionados a trabalhar sem remuneração, enquanto os lucros beneficiavam líderes religiosos. As acusações geraram debates sobre a gestão financeira e ética da Bola de Neve.

Recentemente, a igreja esteve envolvida em outro conflito relacionado à política. O pastor Peeter Lee Grando, auxiliar da congregação e pré-candidato a prefeito de Balneário Camboriú pelo Partido Liberal, defendeu os líderes religiosos acusados. Grando declarou que as denúncias são “orquestradas” e parte de uma tentativa de prejudicar sua campanha.

A postura da igreja em relação a temas como sexualidade e estilo de vida também divide opiniões. Embora tenha uma abordagem moderna em termos de linguagem e música, prega a abstinência sexual antes do casamento, além de proibir o consumo de álcool e cigarros. Essas regras reforçam o contraste entre a aparência liberal e as práticas conservadoras.

A Bola de Neve foi criticada por manter relações próximas com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente durante a pandemia, quando Rina defendeu celebrações presenciais. Essa posição gerou repercussões negativas, mas também fortaleceu o vínculo com parte de sua base evangélica.

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