“Brasil chegou tarde nessa discussão”, diz secretário da Fazenda sobre fim da escala 6×1

Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Foto: Agência Câmara

Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que o Brasil chegou atrasado à discussão do fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho e um de folga). Ele diz que diversos países já discutiram o tema e reduziram a jornada de trabalho, mas avalia que os impactos econômicos devem ser avaliados “com muito mais cuidado”.

“É evidente que ganhos de produtividade sempre facilitam, tornam menos impactante esse processo de redução das horas trabalhadas, que vários países já adotaram, não é uma novidade brasileira. Na verdade, o Brasil é um país que chega até um pouco tarde nessa discussão”, afirmou Mello.

O secretário aponta que “os impactos econômicos não são tão fáceis de estimar” e que os estudos sobre o impacto da redução da jornada não são conclusivos. “Qualquer pessoa que venha colocar de maneira cristalina, com certezas graníticas do que vai acontecer com eventual mudança, acho que está vendendo uma crença, não um fato”, prossegue.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), autora da PEC que prevê fim da escala 6×1. Foto: Foto: Zeca Ribeiro/PSOL

Mello afirma que a discussão sobre a redução de jornada tem sido mais relacionado “ao bem-estar físico e mental dos trabalhadores, seu tempo de descanso, num mundo que sofre cada vez mais de ansiedades, depressões, problemas ligados à fadiga, ao burnout”.

O debate sobre o fim da escala surgiu após PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que prevê uma mudança no artigo 7º da Constituição, no inciso 13, para estabelecer uma jornada de quatro dias semanais.

O texto precisava de 171 assinaturas para ser protocolado na Câmara dos Deputados e já atingiu o número necessário de signatários.

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