Coronel preso deu balão em contador para comprar chip usado em trama contra Moraes

O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, presa por suposta participação em tentativa de golpe de Estado – Foto: Reprodução

A Polícia Federal revelou detalhes do plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que envolveu o uso de dados pessoais obtidos ilegalmente após um acidente de trânsito. O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, apontado como líder na trama, utilizou informações do contador Lafaiete Teixeira Caitano para habilitar um número de telefone usado na operação clandestina.

O plano, chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previa o assassinato de o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Dias antes do atentado, Rafael fotografou a CNH e o CRLV de Lafaiete durante uma abordagem após a colisão na BR-060, em Goiás. Esses dados foram usados para registrar um chip telefônico, ocultando a identidade dos verdadeiros responsáveis.

Foto encontrada no celular de Rafael Oliveira, que fotografou a CNH do contador Lafaiete Teixeira Caitano para habilitar um número de telefone usado em plano golpista – Foto: Reprodução

Segundo a PF, a trama envolvia militares da ativa e da reserva conhecidos como “kids pretos,” além de armamentos como metralhadoras e lança-rojões. As investigações apontaram a participação de Rafael no esquema com base em perícia papiloscópica, que confirmou as digitais do militar nas fotos dos documentos do contador.

Lafaiete soube que seus dados foram usados ao receber ligações estranhas após o início da investigação. “Estou em choque, nunca imaginei estar envolvido em algo tão grave”, afirmou o contador. A PF concluiu que ele foi vítima e não tinha nenhuma ligação com a trama.

A organização criminosa usava codinomes como “Alemanha” e “Brasil” para anonimizar os participantes. A investigação encontrou evidências de que os envolvidos utilizaram mais de 1.400 linhas telefônicas para dificultar o rastreamento de suas ações.

Além de Rafael, a operação prendeu outros militares e um policial federal. O arsenal previsto incluía coletes à prova de balas, granadas, telefones descartáveis e fuzis com munição não rastreável. “O alto poder bélico demonstra a gravidade da ameaça”, destacou a PF.

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – Foto: Rosinei Coutinho/STF

A trama foi interrompida pela Operação Contragolpe, autorizada por Alexandre de Moraes. A PF desarticulou a organização criminosa, que planejava impedir a posse de Lula e realizar atentados contra autoridades em dezembro de 2022.

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