Irmão conta que aluno de medicina morto por PM queria ser pediatra: “Nossa vida acabou”

Marco Aurélio Cardenas Acosta de jaleco e camisa verde, sério, posando na rua com estetoscópio
O estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta – Arquivo Pessoal

Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto por um policial militar durante uma abordagem na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O jovem, que estava no quinto ano de medicina na Universidade Anhembi Morumbi, sonhava em se tornar pediatra e vinha de uma família dedicada à medicina. Com informações da Folha de S.Paulo.

O jovem era conhecido por seu carinho com crianças e pela paixão pelo futebol, além de atuar como MC. Segundo seu irmão mais velho, Frank Cardenas, 27, médico cirurgião, ele era “uma boa pessoa, com um bom coração”: “Ele era uma boa pessoa, com um bom coração. Um filho amado e que ainda assim conseguia amar ainda mais seus pais”.

A família de Marco é composta por médicos: além de Frank, outro irmão e os pais também atuam na área: “Nossa vida acabou hoje, nossa alegria se foi com ele. Mas, se eu pudesse dizer a principal característica, é que ele era muito carinhoso, um excelente filho. Era o único que ligava todos os dias para minha mãe no plantão. E era meu melhor amigo, a pessoa que eu mais amava nesse mundo”.

O episódio ocorreu por volta das 2h da manhã. Segundo a versão oficial, uma equipe da PM patrulhava a Rua Cubatão quando foi acionada para atender a ocorrência envolvendo Marco. O estudante, supostamente agressivo, teria dado um tapa no retrovisor da viatura durante a abordagem. Ele correu em direção a um hotel próximo, sendo perseguido pelos policiais.

Imagem de câmera de segurança de policial e estudante em luta corporal
Imagem de câmera de segurança do momento em que policial tentou conter estudante – Reprodução

Dentro do hotel, o rapaz teria entrado em confronto com os agentes, derrubando um deles. O outro policial efetuou um disparo que atingiu o estudante no abdômen. Ele foi levado ao Hospital Ipiranga, mas não resistiu após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias e faleceu às 6h40.

A Polícia Militar e a Polícia Civil abriram investigações para apurar o caso. A Secretaria de Segurança Pública informou que os policiais envolvidos prestaram depoimento, foram indiciados e afastados das atividades operacionais enquanto as apurações seguem.

A arma usada pelo policial foi apreendida e encaminhada à perícia. Imagens das câmeras corporais também serão analisadas pela Corregedoria da PM e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O irmão de Marco questiona a ação dos policiais: “Dois homens de 1,80 metro não conseguiram conter meu irmão de 1,60 metro? Ele nunca lutou. Não tinham alternativas?”.

A Comissão de Mitigação da PM avaliará a conduta dos agentes e poderá recomendar novas diretrizes ou o afastamento dos envolvidos.

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