Mauro Cid entrega Braga Netto e mantém acordo de delação premiada com STF

Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro. Foto: reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), teve sua delação premiada mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), após prestar um depoimento de três horas ao ministro Alexandre de Moraes. A delação, que estava em risco, será continuada devido à apresentação de novas informações sobre o envolvimento do general Walter Braga Netto em articulações golpistas.

Em seu depoimento, Cid relatou a existência de uma reunião no apartamento de Braga Netto, onde teria sido discutida uma tentativa de golpe de Estado. As informações apresentadas foram consideradas relevantes por Moraes, que decidiu não anular os benefícios da delação, apesar de relatos da Polícia Federal indicando possíveis violações aos termos do acordo.

O tenente-coronel chegou ao STF acompanhado de seus advogados, sem farda e entrando pela garagem do subsolo. Durante a audiência, ele respondeu a questionamentos sobre contradições e omissões em depoimentos anteriores, incluindo a suposta omissão de detalhes sobre um plano que envolvia o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio ministro Moraes.

Após a audiência, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, classificou o depoimento como “positivo” e afirmou que “deu uma satisfação ao ministro”.

Jair Bolsonaro e Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Foto: Reprodução

Mauro Cid, que já foi preso duas vezes, teve papel central em investigações contra Bolsonaro. Em maio de 2023, ele foi detido sob suspeita de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e seus familiares. Em setembro, conseguiu liberdade ao firmar o acordo de delação premiada. Em março deste ano, voltou à prisão por obstrução de Justiça, após a divulgação de áudios em que criticava as investigações e Moraes.

Mensagens recuperadas pela PF mostram que o tenente-coronel monitorava os passos de Moraes, mas o bolsonarista afirmou, no depoimento, que o objetivo era identificar possíveis encontros do ministro com adversários políticos de Bolsonaro.

Após ser indiciado pela PF, Braga Netto repudiou a divulgação de informações sigilosas do inquérito e afirmou, por meio de seus advogados, que aguardará acesso formal aos documentos para adotar um posicionamento oficial.

A PF encontrou evidências que reforçam as suspeitas de um plano de golpe envolvendo militares das Forças Especiais, que chegaram a comprar chips de celular em nomes de terceiros e monitorar residências de autoridades. O grupo teria utilizado codinomes para coordenar ações.

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