FIDC era coisa de ‘maluco’ e hoje atrai até grandes bancos, diz gestor

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O número de investidores de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) cresceu 70% no primeiro trimestre de 2024, de acordo com estudo da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais). Na época, o número de cotistas se aproximava de 38 mil – quantidade que chama a atenção do mercado.

“Há cinco anos, as pessoas falavam que o FIDC era coisa de agiota, maluco, que ninguém entendia”, conta Ricardo Binelli, sócio da Solis Investimentos, gestora brasileira independente com 15 anos de atividade e referência na estruturação e gestão de FIDCs. “Hoje, a gente tem a tesouraria dos maiores bancos do Brasil comprando cotas destes fundos”, afirma.

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Binelli e Delano Macêdo, sócio e diretor da Solis, participaram do episódio 143 do programa Outliers, do canal XP, com a apresentação de Clara Sodré, analista de fundo da XP, e Guilherme Anversa, portfolio manager da XP Advisory.

A casa tem sob gestão um patrimônio de R$ 20 bilhões – sendo R$ 12 bilhões exclusivamente em FIDCs. “A gente tem quase 20 mil cotistas em nossos fundos”, ressalta o gestor, responsável pela gestão de produtos de crédito estruturado na empresa.

Vivência e experiência em FIDCs

Os executivos veem potencial enorme de crescimento dos FIDCs nos próximos anos, mas fazem alerta de entrantes no ecossistema de negociação dessa classe de ativos sem conhecimento profundo sobre este tipo de investimento.

“Crédito não é teoria. Crédito é vivência e prática”, ressalta Macêdo. “Esse é um receio que a gente tem, de aventureiros que, de alguma forma, não conhecem o mercado de crédito e venham querer aproveitar esse momento de captação e operação de crédito, atrapalhando esse crescimento estruturado que casas como a Solis estão procurando fazer”, afirma.

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O gestor vê players sem experiência querendo “surfar a onda” dos FIDCs. “Gente que não tem necessariamente a vivência e a experiência de crédito, acreditando que vai fazer crescer suas carteiras de negócios focando nisso”, diz. Na opinião de Macêdo, isso pode trazer uma situação de mercado que acaba tirando toda a visão positiva construída em torno do fundo.

Para Binelli, a questão não é só o originador do fundo. “Mas os prestadores de serviço fiduciário também”, destaca. Para operar FIDC, ele lembra da importância de acompanhar o regulamento e a saúde financeira do fundo.

Ele prega imparcialidade para gerir com independência o FIDC. “Precisa de conhecimento de causa, conhecimento regulatório e solidez financeira para ser completamente isento (na administração do fundo)”, menciona.

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