Quem é Yoon Suk-yeol, golpista da Coreia do Sul comparado a Sergio Moro

Yoon Suk-yeol, presidente da Coreia do Sul. Foto: reprodução

Nesta terça-feira (3), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, declarou lei marcial, acusando a oposição de conspirar com a Coreia do Norte para desestabilizar seu governo. A medida, que amplia o controle militar e limita liberdades civis, pode ter um revés rápido, uma vez que os parlamentares decidiram, em unanimidade, derrubar a ação do presidente.

Yoon, eleito presidente em 2022 pelo partido de direita Poder do Povo, é um nome relativamente novo na política, mas com uma história longa como promotor que se destacou pela luta contra a corrupção. Foi sua atuação no Judiciário que o alçou ao poder, com investigações que derrubaram figuras de destaque, como os ex-presidentes Lee Myung-bak e Park Geun-hye, além de executivos de peso, como o herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong.

O ex-promotor compartilha algumas semelhanças com o ex-juiz brasileiro Sergio Moro, que liderou a Operação Lava-Jato. Assim como o hoje senador pelo União Brasil, Yoon ganhou notoriedade ao se posicionar como um “guardião da lei” e alegou desilusão com a política ao se lançar candidato.

Ambos ex-promotores romperam dramaticamente com governos que os elevaram: Moro, ao deixar o governo Bolsonaro em 2020, e Yoon, ao renunciar como procurador-geral do governo progressista de Moon Jae-in em 2021, após embates sobre reformas no Ministério Público.

No entanto, as semelhanças terminam aí, segundo especialistas. Enquanto Moro enfrentou dificuldades para consolidar sua influência política, visto como traidor por parte do bolsonarismo, Yoon conseguiu emergir como a principal voz da direita sul-coreana, unindo diferentes correntes conservadoras em um momento de fragmentação ideológica no país.

Até 2022, quando pretendia se eleger presidente, Moro tinha trajetória similar a de Yoon Suk-yeol. Foto: reprodução

Durante a campanha presidencial, Yoon não hesitou em provocar polêmicas. Declarou que o feminismo era responsável pela baixa taxa de natalidade no país e prometeu abolir o Ministério da Igualdade de Gênero e da Família, proposta da qual recuou após eleito.

Além disso, defendeu sanções mais rígidas contra a Coreia do Norte e até ataques preventivos caso o arsenal nuclear de Pyongyang representasse uma ameaça iminente.

Suas decisões na presidência têm alimentado divisões. Yoon abandonou a tradicional residência presidencial da Casa Azul, alegando que o local simbolizava um poder desconectado do povo. Críticos apontaram a influência de crenças no feng shui como motivação para a mudança.

Apesar de sua vitória apertada em 2022, com a menor margem da história do país, Yoon enfrenta resistência feroz de uma oposição que controla o Parlamento. Acusações de autoritarismo e escândalos envolvendo sua esposa e aliados políticos derrubaram sua popularidade, atualmente abaixo de 20%.

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