Trama golpista: ex-assessor de Bolsonaro e Valdemar prestam depoimento à PF nesta quinta

Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL; ambos serão ouvidos pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 12 de dezembro de 2024 – Foto: Reprodução

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, serão ouvidos pela Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira (12). Ambos estão entre os indiciados no inquérito que investiga a tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

O relatório da PF aponta que Valdemar teve papel relevante ao financiar e apoiar ações que questionavam a segurança das urnas eletrônicas. Segundo os investigadores, ele ajudou a disseminar desconfianças sobre o sistema eleitoral, contribuindo para alimentar discursos golpistas.

Marcelo Câmara, coronel da reserva, é descrito como um dos articuladores das estratégias golpistas. De acordo com a PF, ele participou ativamente na divulgação de narrativas contra o resultado das eleições e nas articulações para reverter o processo democrático.

A investigação já indiciou 40 pessoas, incluindo políticos, militares e servidores públicos. O relatório detalha como Bolsonaro e alguns aliados, como Valdemar e Câmara, teriam participado das ações consideradas antidemocráticas, que incluíam apoio financeiro e operacional.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Evaristo Sá/AFP

O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o ministro Alexandre de Moraes deve decidir se o caso será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão poderá resultar na abertura de um processo judicial contra os envolvidos.

Se a PGR optar por oferecer denúncia, o STF analisará a possibilidade de tornar Bolsonaro e os outros investigados réus. Isso abriria caminho para um julgamento sobre a tentativa de golpe e os atos antidemocráticos relatados pela PF.

Na quarta-feira (11), a PF anunciou o indiciamento de mais três pessoas ligadas ao caso. Entre elas, militares que desempenharam funções estratégicas nas articulações do golpe e em ações para deslegitimar as instituições brasileiras.

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