Mitos e verdades sobre câncer de pele: Entenda como filtro solar é a melhor prevenção

Filtro solar; câncer de pele; Dezembro Laranja

A campanha de Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre o câncer de pele, reforça a importância de medidas preventivas e do diagnóstico precoce. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que o Brasil tenha mais de 220 mil novos casos de câncer de pele anuais dentro do triênio 2023-2025.

Dessa previsão, 31,3% serão de câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum. Os números reforçam o que os dermatologistas tentam alertar sobre a doença durante a campanha, uma vez que aproximadamente 185 mil pessoas por ano são afetadas por ela.

Outro levantamento, desenvolvido e divulgado pelo Dr. Consulta, mostra que, desde 2015, 38% das neoplasias diagnosticadas em nas unidades da rede de saúde correspondem a tumores de pele, tanto benignos quanto malignos. 

Além disso, mais de 23 mil procedimentos de remoção de lesões cutâneas foram realizados na rede, o que contribui para a redução de custos e o aumento das chances de cura.

De acordo com Paulo Yoo, diretor médico da rede de saúde, o diagnóstico precoce e a educação da população são essenciais.

“A incidência de câncer de pele supera a de outros tipos comuns, como próstata, mama e pulmão. Mas muitos casos podem ser prevenidos com proteção solar e consultas regulares ao dermatologista.”

— Paulo Yoo, médico

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) também destaca que 90% dos casos de câncer de pele diagnosticados precocemente têm cura. 

Leia também: Protetor Solar: Como proteger a pele e prevenir o envelhecimento precoce

Principal prevenção: filtro solar

O uso diário de protetor solar é uma das principais formas de prevenir o câncer de pele. A dermatologista Larissa Montanheiro, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, recomenda que o produto tenha um fator de proteção solar (FPS) de, no mínimo, 30 e seja reaplicado a cada duas horas ou após contato com água.

Dependendo das características pessoais de cada um, o fator deve ser mais alto.

“Mas quem tem pele clara, olhos ou cabelos claros, deve optar por FPS no mínimo 50, já que essas características aumentam a sensibilidade ao sol.”

— Sérgio Schalka, dermatologista da SBD

“Evitar o sol entre 10h e 16h, usar roupas com proteção UV e acessórios como chapéus e óculos escuros também são medidas importantes. Mas nenhuma delas substitui o protetor solar e o acompanhamento regular com um dermatologista”, reforça Montanheiro.

Os dados de uma pesquisa de 2022 do Instituto de Cosmetologia de Campinas (SP) relatam que 71% dos brasileiros não usam protetor solar diariamente e 55% não sabem se estão utilizando corretamente. 

Por isso, a associação acredita que políticas públicas são importantes quando se trata de cuidados contra o câncer. O presidente da SBD, Heitor de Sá, enfatiza a inclusão do protetor solar na lista de itens essenciais da Reforma Tributária. 

Ele acredita que a redução da carga tributária do produto é crucial para muitos brasileiros se protegerem contra os danos solares. Por consequência, no entendimento do presidente da associação, isso reduziria também os índices de câncer de pele no país.

Há também a movimentação de regulamentar a Lei 14.758/2023, que estabelece a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, e de promover campanhas educativas que conscientizem a população sobre os riscos da exposição solar sem proteção.

Indo além de consultar com frequência um dermatologista e dar atenção ao uso correto do filtro solar (assim como acessórios de proteção), o autoexame também é uma ferramenta de diagnóstico precoce. 

“É por isso que é importante educar o paciente para que ele tome as ações de autoproteção e saiba quais gatilhos podem indicar que algo está errado. O paciente informado é um co-criador de uma vida mais saudável”, pontua Paulo Yoo.

Mitos e verdades sobre o câncer de pele

Apesar de ser uma doença amplamente tratável, o câncer de pele ainda é cercado por mitos que podem atrasar o diagnóstico e dificultar a conscientização.

Conheça as principais afirmações sobre a doença e saiba o que é verdade ou mito, segundo especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz:

O câncer de pele só ocorre em áreas expostas ao sol?

  • Mito: Ele pode surgir em áreas menos visíveis, como mucosas, couro cabeludo e plantas dos pés.

Pessoas jovens não desenvolvem câncer de pele?

  • Mito: Embora mais comum em pessoas acima dos 40 anos, o melanoma pode afetar jovens devido a fatores genéticos ou exposição solar intensa.

Protetor solar previne o câncer de pele?

  • Verdade: O uso regular reduz significativamente os danos causados pelos raios UV, prevenindo alterações celulares.

O câncer de pele sempre apresenta sintomas visíveis?

  • Mito: Em estágios iniciais, pode ser silencioso. Consultas regulares ajudam na identificação precoce.

Todas as pintas são cancerígenas?

  • Mito: A maioria é benigna, mas alterações em bordas, cor, tamanho ou textura requerem atenção médica.

Pessoas negras não desenvolvem câncer de pele?

  • Mito: Apesar de a melanina oferecer proteção, indivíduos negros podem desenvolver a doença, especialmente em áreas menos expostas ao sol.

Queimaduras solares na infância aumentam o risco na vida adulta?

  • Verdade: Os danos acumulados pela radiação UV aumentam significativamente o risco de câncer de pele.

Melanoma é sempre uma pinta preta?

  • Mito: Subtipos como o melanoma amelanótico não apresentam pigmentação escura.

Dezembro Laranja

A SBD lidera anualmente a campanha Dezembro Laranja, que tem como foco a conscientização sobre o câncer de pele. A entidade recomenda a realização de autoexames regulares e o uso da Regra ABCDE para identificar sinais suspeitos em pintas ou manchas.

A regra segue:

  • A) Assimetria – pintas com formas desiguais.
  • B) Bordas – irregulares ou mal definidas.
  • C) Cor – presença de diferentes tons em uma mesma pinta.
  • D) Diâmetro – lesões maiores que 5mm.
  • E) Evolução – mudanças no tamanho, forma ou cor.

Além da Regra ABCDE, existem outros indícios que também devem ser considerados na hora da avaliação médica, como lesões que não seguem o padrão, presença de nódulos ou inchaço, alterações de brilho da pele e histórico familiar.

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