Acampamentos golpistas e escritório nas Olimpíadas: onde Braga Netto ficará preso

Braga Netto, ex-ministro da Defesa, preso neste sábado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O general da reserva Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (14), em Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele foi indiciado no inquérito que apura a trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e será mantido sob custódia no Comando Militar do Leste, no Centro do Rio, um local que ganhou destaque em 2022 como ponto de manifestações antidemocráticas.

Ex-ministro da Defesa, ele é o primeiro general de quatro estrelas a ser detido na história do Brasil. Curiosamente, ficará na mesma sala onde comandou tropas durante as Olimpíadas de 2016.

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do general, em um desdobramento da operação que já levou ao indiciamento de Bolsonaro, de outros ex-ministros e de aliados políticos.

Bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Leste, no Rio. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Braga Netto é acusado de tentar obstruir investigações e de articular estratégias para questionar o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A PF aponta que o general buscou informações sobre a delação por meio dos pais de Cid, que teriam afirmado que as informações divulgadas eram “mentira”. Além disso, um documento apreendido na sede do PL indicaria que aliados do general elaboraram perguntas relacionadas às informações delatadas por Cid, numa tentativa de monitorar o conteúdo do acordo de colaboração.

De acordo com as agentes, o general Walter Braga Netto desempenhou papel central na tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando sua posição e influência para viabilizar uma trama golpista que incluía anulação do resultado das eleições presidenciais de 2022.

Em nota, a PF detalhou que “mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal estão sendo cumpridos contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”.

Além de Braga Netto, a investigação mira outros nomes de peso, como os generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além de Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira.

O relatório também cita um documento encontrado na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor de Braga Netto, que continha perguntas detalhadas sobre as delações de Mauro Cid e estratégias de defesa em relação às acusações de tentativa de golpe.

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