Após prisão de Braga Netto, Exército já espera mais prisões de oficiais

general da reserva Walter Braga Netto e jair bolsonaro cantando
General da reserva Walter Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Divulgação

A prisão do ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto, realizada no último sábado (14), foi recebida como um desfecho previsível entre oficiais do Exército. De acordo com fontes militares consultadas pelo jornal Estadão, a detenção já era aguardada após o militar se tornar alvo das investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

A ordem de prisão preventiva foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base em suspeitas de interferência nas apurações sobre a tentativa de golpe de Estado. O envolvimento de Braga Netto nos eventos que sugerem ações para subverter a democracia ficou ainda mais evidente após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

A delação reforçou as investigações, apontando ligações entre o general e iniciativas coordenadas para contestar os resultados das eleições presidenciais de 2022. Para a Polícia Federal, essas informações intensificaram a gravidade do caso.

Braga Netto é mais um entre os militares de alta patente que enfrentam detenções no âmbito das investigações. Recentemente, o general Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral do Governo, também foi preso.

general da reserva Augusto Heleno com cara de medo
General da reserva Augusto Heleno – Divulgação

O cenário atual aponta para um possível aprofundamento nas apurações, com especulações sobre novos alvos de grande relevância, incluindo o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, e Luiz Eduardo Ramos.

Apesar de as investigações não apontarem um envolvimento institucional do Exército na tentativa de golpe, a associação de oficiais de alta patente aos eventos tem causado desconforto na corporação. Um general, sob anonimato, afirmou que a repetição de denúncias afeta negativamente a imagem da Força, mesmo que o núcleo institucional se mantenha distante das acusações.

Outro ponto de tensão foi a falta de comunicação prévia com o comandante do Exército, general Tomás Miguel Paiva, sobre a prisão de Braga Netto. O comandante só foi informado do cumprimento do mandado no sábado pela manhã, quando a Polícia Federal solicitou a presença de oficiais de contato no Rio de Janeiro e em Brasília. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, também não foi previamente avisado, o que gerou desconforto interno.

A prisão de Walter Braga Netto é um marco histórico, tornando-o o primeiro general quatro estrelas a ser detido na era democrática do Brasil. Analistas acreditam que as investigações podem revelar novos detalhes e levar à prisão de outros oficiais de alta patente envolvidos em ações questionáveis durante o governo Bolsonaro.

O caso representa um avanço significativo no desmantelamento de redes que buscaram deslegitimar o processo democrático no país. As próximas etapas das apurações prometem trazer ainda mais revelações sobre os bastidores dos atos investigados.

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