Estádio do Ibirapuera tem contrato de reforma assinado em R$ 70 milhões

Três meses depois do lançamento da licitação para a reforma do Estádio Ícaro de Castro Melo, localizado no Complexo do Ibirapuera, em São Paulo, o contrato para o restauro foi assinado. Todas as etapas de recursos já foram cumpridas. O custo total, previsto inicialmente em R$ 88,7 milhões, será de R$ 70 milhões para obras, elaboração do projeto e acompanhamento dos serviços – uma economia de 21%.

A reforma prevê estruturas de acessibilidade, restauração de vestiários e reforma da pista de atletismo, que seguirá as especificações da World Athletics, a federação internacional de atletismo. O espaço foi centro de uma polêmica, no começo do ano, ao ser destruído para sediar um evento de drift, posteriormente realocado por causa de críticas.

O local já foi consagrado por ser palco de treinos de atletas olímpicos e referência para o atletismo. No começo do ano, o Estadão mostrou que esta era uma das três pistas classe 1 em São Paulo, mas que a listagem feita pela World Athletics datava de janeiro de 2023 e não acompanhava a situação atual.

A expectativa do governo estadual é que o local possa novamente ser ocupado para treinamentos e formação de atletas. Para isso, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e a Federação Paulista de Atletismo participaram do desenvolvimento do processo licitatório e fizeram algumas orientações, como a construção de uma nona raia e pista de aquecimento.

“Esse é só o primeiro passo para a retomada de uma das principais praças esportivas do nosso estado. O Estádio Ícaro de Castro Mello é um templo do atletismo brasileiro e em breve reviverá os seus melhores dias, revitalizado e apto para receber os maiores eventos e os maiores atletas do mundo”, projeta a secretária de Esportes do Estado de São Paulo, Helena Reis. Também serão reformados vestiários, banheiros, arquibancadas e canteiros.

O vencedor do certame é o Consórcio Estádio Olímpico Ibirapuera, encabeçado pela OCC Construções e Participações S/A, responsável pela reforma do Mangueirão, em Belém, também referência no atletismo brasileiro. O estádio recebeu visita de uma comissão da Fifa, como possível sede da Copa do Mundo Feminina de 2027.

Integram ainda o consórcio: SAEID Engenharia LTDA, Playpisos Esportivos LTDA e Kango Brasil LTDA. O certame foi conduzido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo (SESP).

O próximo passo é a assinatura da ordem de serviço para que as obras comecem. Isso depende de uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O órgão federal tombou todo o Complexo do Ibirapuera, em novembro. Em 2021, o local já havia recebido um tombamento emergencial provisório em 2021, diante do plano do governo de João Dória de transformar o ginásio em shopping center.

O tombamento não interfere na reforma, já que o projeto da reforma é adaptado conforme as diretrizes do Iphan. Após o começo das obras, o restauro tem previsão de durar 16 meses.

Além de cumprir com requisitos para o atletismo, a reforma prevê a preservação integral das características e elementos tombados e o atendimento às normas e à legislação vigentes, com destaque às de acessibilidade, às de proteção e combate a incêndio e ao código sanitário estadual.

A estrutura histórica será preservada e recuperada em concreto, com incremento de uma plataforma metálica para acomodar pessoas com deficiência. Também serão instalados dois telões, novos guarda corpos para segurança do público, mais de 11 mil assentos e módulos sanitários com acessibilidade.

Segundo Marcelo Branco, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, pasta à qual a companhia é subordinada, o projeto é fruto de uma imersão feita na Itália, em maio, com foco no restauro de bens históricos, inclusive de equipamentos esportivos.

“Essa união (entre pastas) é fundamental para entregarmos aos paulistas um Complexo Ibirapuera que seja referência para a prática esportiva, seja em treinamentos ou em competições de alto nível”, avalia Branco.

O estádio foi usado como hospital durante a pandemia. Inaugurado em 1974, o local já sediou partidas da elite do futebol brasileiro na década de 1990. Em 1996, 2.544 pagantes acompanharam a vitória do Corinthians por 3 a 1 contra o Fluminense, pelo Brasileirão.

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