Ludmilla tenta se defender de acusação de intolerância religiosa

A cantora Ludmilla e frase exibida em telão durante seu show na Califórnia, EUA. (Foto: Reprodução)

A cantora Ludmilla recorreu às redes sociais nesta terça-feira (23) para tentar se desculpar após ser acusada de intolerância religiosa. As críticas surgiram na segunda-feira (22), depois que uma frase exibida no telão durante seu show no Coachella, na Califórnia, causou polêmica. A frase dizia: “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”.

O caso provocou grande debate nas redes sociais, pois a expressão faz referência a uma falange ou grupo de exus, que são entidades espirituais presentes nas religiões da Umbanda e do Candomblé. Muitos consideraram a frase ofensiva e discriminatória, levando Ludmilla a se manifestar publicamente para esclarecer a situação e pedir desculpas.

Confira a resposta de Ludmila após a polêmica:

“Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe.

Hoje tiraram do contexto uma das imagens do video do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária a minha.

Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela. Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!

Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade!

Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periferica, para que tivesse um olhar de dentro para fora!

Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”.

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