Mulher presa suspeita de envenenar bolo pesquisou sobre arsênio na internet; saiba quem é ela

Deise Moura dos Anjos, que foi presa suspeita de envenenar a farinha usada para fazer um bolo, em Torres, no Rio Grande do Sul, fez pesquisas na internet sobre arsênio. Laudos preliminares apontaram a presença da substância tóxica no sangue das vítimas, sendo que três pessoas morreram e três foram internadas.

Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), uma análise feita no celular de Deise mostrou que, dias antes das pessoas consumirem o bolo, a mulher fez pesquisas pelo termo arsênio e similares. A Polícia Civil também confirmou essa informação e afirma que os indícios apontam que ela tenha envenenado a farinha usada para fazer o doce.

Deise é nora de Zeli dos Anjos, de 60 anos, que foi quem preparou o bolo. Ela também consumiu o mesmo e permanece internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com quadro estável. Além dela, também foram hospitalizados uma criança de 10 anos e um homem, mas ambos já receberam alta.

Faleceram após comerem o bolo as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 58, e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 43.

A polícia ainda apura quem era o alvo do envenenamento, como Deise obteve o arsênio, já que é uma substância de comércio controlado, e em que momento ela teria colocado a substância tóxica na farinha.

Para o delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, não há dúvidas sobre a autoria do envenenamento. “Ela [Deise] teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso”, disse o investigador, em entrevista coletiva, na manhã desta segunda-feira (6).

Por enquanto, a suspeita, que teve a teve prisão temporária decretada por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada, segue no Presídio Estadual Feminino de Torres. A defesa dela não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Relembre o caso

A família se reuniu para um café da tarde, no último dia 23 de dezembro. Sete pessoas estavam na casa, mas uma delas não comeu do bolo. As outras seis começaram a passar mal e precisaram ser levadas ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres.

Na segunda-feira (23), Maida não resistiu e morreu. No dia seguinte foi a vez da irmã dela, Tatiana. No dia 24 de dezembro, faleceu Neuza.

O marido de Maida também comeu o bolo e foi ao hospital, mas já teve alta. Além dele, a criança de 10 anos precisou ser internada, mas também já se recupera em casa. A única que segue internada é Zeli, que foi quem fez o bolo e é sogra da principal suspeita pelo envenenamento.

De acordo com a Polícia Civil, foram analisados o sangue da mulher que fez o bolo, da criança e de Neuza, sendo que foi identificada a presença de arsênio.

“O próprio hospital levou o material para o Centro de Informação Toxicológico. Nesse centro, foi constatado arsênio no sangue de duas vítimas que sobreviveram e de uma mulher que morreu, a dona Neuza”, explicou o delegado em entrevista à RBS TV.

O arsênio é um elemento químico considerado impróprio para consumo humano, pois pode levar a problemas cardiovasculares, de rins e fígados e, dependendo da quantidade, gera intoxicação crônica e até morte. A venda é restrita a laboratórios que produzem pesticidas.

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