Moraes não se assusta com o blefe de Zuckerberg. Por Moisés Mendes

Alexandre de Moraes e Mark Zuckerberg; ministro afirmou que “redes sociais não são terra sem lei”, após recente decisão do CEO da Meta – Foto: Reprodução

A fala mais incisiva do 8 de janeiro foi a do ministro Alexandre de Moraes, em evento no Supremo, depois de estar ao lado de Lula no Planalto.

Moraes desafiou o mais novo neofascista Mark Zuckerberg a descumprir eventuais determinações da Justiça brasileira, onde – segundo insinuou o dono do Facebook – há ‘tribunais secretos’:

“Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF, ambos já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei. As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”.

Mais dois trechos esclarecedores da decisão de Moraes de não se acovardar diante do duelo proposto pelo homem da Meta, que pretende transformar sua rede num reduto sem qualquer controle:

“Pelo mundo não podemos falar mas, no Brasil, eu tenho absoluta certeza e convicção que o Supremo Tribunal Federal não vai permitir que as big techs, as redes sociais continuem sendo instrumentalizadas dolosa ou culposamente ou, ainda, somente visando o lucro, para discursos de ódio, nazismo, fascismos, racismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”.

E aqui uma cutucada do ministro nos militares omissos em relação às aglomerações de manés, patriotas e tios do zap antes do 8 de janeiro:

Bolsonaristas sobem a rampa do Congresso no 8 de janeiro – Foto: Reprodução

“Houve inércia, houve omissão de se deixar acampamentos serem montados à frente dos quartéis pedindo intervenção, pedindo golpe. Isso é crime. E hoje ninguém mais pode dizer que não sabe disso, são crimes de incitação, de organização criminosa por estarem à frente dos quartéis”.

“Todos nós achávamos que o golpismo, esse novo populismo digital extremista, tinha se dado por vencido. E nós erramos. Não estava vencido e não está vencido. 8 de janeiro demonstrou. Houve uma tentativa de golpe, uma tentativa de golpe filmada pelos próprios golpistas”.

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AUSENTES
Moraes foi ao evento no Planalto, ao contrário dos líderes do outro poder atacado no 8 de janeiro. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), arranjaram desculpas e saltaram fora.

Também se acovardaram os deverão suceder os dois ausentes a partir desse ano, Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), no Senado.

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