Zuckerberg atrai bajuladores interessados em atacar Alexandre de Moraes. Por Moisés Mendes

Empresário Mark Zuckerberg, dono do Facebook e Instagram. Foto: GettyImages/Chip Somodevilla

Glenn Greenwald está de volta com o cansativo causo das ‘mensagens e ordens secretas’ de Alexandre de Moraes. Greenwald já usou essa embromação das conversas em 2023 e em agosto do ano passado, quando ele e a Folha trataram do assunto, em tom de denúncia grave, como coisas “fora do rito”.

O jornalista e advogado constitucionalista (é assim que se apresenta) volta a atacar tentando vincular as mensagens à fala do mais novo trumpista Mark Zuckerberg de que há tribunais de exceção na América Latina, numa referência clara ao STF.

Greenwald repete, em artigo na mesma Folha, o argumento do homem da Meta de que “países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de maneira silenciosa”.

E escreve assim sobre essa insinuação de Zuckerberg, enquanto acusa os jornalões de disseminar fake news:

“O motivo pelo qual esse comentário foi associado ao Brasil é simples: isso acontece no Brasil. Ironicamente, os mesmos grandes veículos de mídia e autoridades governamentais que protestaram contra a nova política da Meta, alertando sobre os perigos da “desinformação” – e insistindo que só eles podem definir a verdade – espalharam desinformação em resposta”.

O título do artigo é forte: ‘Zuckerberg está certo sobre as ordens secretas de censura de Moraes’. Segundo o jornalista e advogado, ao contrário do que dizem os jornalões brasileiros, inclusive a Folha para a qual ele escreve, há “evidências claras e abundantes” de que o STF atua como tribunal secreto.

“Em janeiro de 2023, obtive e publiquei uma dessas muitas ordens secretas de censura emitidas por Moraes”, escreve Greenwald. Ele tem certeza de que as ordens de ‘censura’ são evidências da existência do tribunal que delibera secretamente contra as big techs.

O que Greenwald precisa é mostrar o que havia nos seis gigabytes de arquivos secretos que ele dizia ter e que guardariam conversas entre Moraes e auxiliares. Escreveu sobre isso em agosto, como ameaça, como se fosse um miliciano avisando: cuidado, eu tenho uma granada de seis gigabytes.

O jornalista advertiu que iria divulgar os arquivos, mas recuou ao perceber, com o que lhe sobrava de escrúpulos, que estava fazendo descaradamente o jogo da extrema direita.

Agora, faz o jogo do homem do Facebook e dá a entender que pode abastecer a Meta com provas de que existe um tribunal secreto no Brasil, para atacar Moraes.

Greenwald topa qualquer empreitada e está oferecendo armas e munições ao sujeito que desafia a autoridade de governantes, legisladores e instituições dos sistemas de Justiça do Brasil e da Europa.

Depois de tentar bajular a Folha para desqualificar Moraes com os arquivos secretos de mensagens, em agosto (dos quais ele nunca mais falou), agora se dispõe a prestar serviços à terra sem lei de Zuckerberg.

Greenwald constrange os próprios colegas, incluindo alguns da direita, que veem o jornalismo como única possibilidade de enfrentamento das estruturas mafiosas das big techs.

Mas o que importa para o jornalista e advogado constitucionalista é juntar-se às vozes que convocam o ativismo fascista das redes sociais para que, sem qualquer controle, ataque Alexandre de Moraes, o STF, Lula, gays, negros e diferentes. Greenwald não desiste.

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