Exumação de corpo enterrado há 4 meses traz reviravolta para o caso do bolo envenenado no RS

Exames realizados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) após a exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise Moura dos Anjos, presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul identificaram a presença de arsênio no organismo dele.

Paulo Luiz, que morreu em setembro por infecção intestinal, teve o corpo exumado no dia 8 de janeiro.

A exumação e investigação busca esclarecer se há ligação entre essa morte e os casos de dezembro, quando um bolo de Natal feito por Zeli dos Anjos, esposa de Paulo Luiz, resultou em três mortes e quatro intoxicações.

O arsênio, substância tóxica, foi identificado na farinha utilizada no preparo do doce e agora também no corpo de Paulo Luiz.

Relembre o caso do bolo envenenado

O episódio ganhou repercussão nacional em 23 de dezembro, quando sete pessoas da mesma família se reuniram para um café da tarde em Torres.

Após o consumo do bolo, três mulheres morreram em poucas horas: Tatiana Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos.

Exumação de corpo enterrado há 4 meses traz reviravolta para o caso do bolo envenenado no RS
Maida, Tatiana e Neuza morreram após consumir o bolo. Crédito: Redes sociais

Outras pessoas, incluindo Zeli, apresentaram sintomas graves de intoxicação. Zeli, que comeu duas fatias do bolo, teve a maior concentração de arsênio no sangue e permanece hospitalizada.

Segundo a Polícia Civil, a relação entre Deise, acusada de envenenar a farinha, e sua sogra Zeli era marcada por conflitos.

No entanto, as autoridades ainda não identificaram o alvo direto da ação criminosa nem esclareceram como e onde o veneno foi adquirido.

A suspeita e as evidências

Deise Moura dos Anjos está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres. Ela é acusada de triplo homicídio e tripla tentativa de homicídio, ambos duplamente qualificados. Investigações apontaram que, em 18 de novembro,

Deise pesquisou mais de 100 vezes termos como “arsênio”, “veneno para humanos” e “veneno para o coração” na internet.

Exumação de corpo enterrado há 4 meses traz reviravolta para o caso do bolo envenenado no RS

Os problemas na relação entre Deise e sua sogra existiam há cerca de 20 anos. Contudo, a motivação para os crimes ainda não está clara.

As autoridades também apreenderam celulares de membros da família, incluindo o do marido de Deise, mas ele não é considerado suspeito.

Leia mais:

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Ligação com a morte de Paulo Luiz

Paulo Luiz morreu em setembro, após consumir café com leite em pó e bananas. Sua esposa, Zeli, também passou mal na ocasião.

Dias antes, Deise havia visitado o casal, levando alimentos como leite em pó, bananas e farinha.

A exumação de Paulo Luiz foi realizada para verificar se o mesmo veneno usado no bolo de dezembro poderia ter sido responsável por sua morte.

O exame confirmou a presença de arsênio, ampliando a suspeita de envenenamento em série na família.

Em nota, os advogados de Deise afirmaram que ainda não tiveram acesso completo ao inquérito.

Segundo eles, as prisões temporárias têm caráter investigativo e ainda existem “questionamentos e respostas em aberto” no caso.

Próximos passos após a exumação

Com os novos resultados, a polícia busca determinar como o arsênio chegou aos alimentos consumidos por Paulo Luiz e quais conexões podem ser feitas entre os episódios de setembro e dezembro.

As autoridades esperam esclarecer se Deise agiu sozinha e identificar possíveis novos elementos no caso.

O caso continua gerando repercussão devido à sua complexidade e ao impacto causado na família.

A coletiva marcada para o dia 10 de janeiro deve trazer novas informações sobre o andamento das investigações.

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