Universidades alemãs e austríacas anunciam saída do X após live de Musk com extrema-direita

Mão segurando celular com a logo do X no fundo
Imagem ilustrativa – Divulgação

Mais de 60 universidades de língua alemã anunciaram, nesta sexta-feira (10), que encerrarão suas atividades na plataforma X, controlada por Elon Musk. A decisão é fundamentada na percepção de que a rede social não promove mais um espaço para o debate justo, conforme explicou Anja Steinbeck, reitora da Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf.

“Os acontecimentos no X mostram que a plataforma não cumpre mais sua responsabilidade de promover um discurso justo. Como instituições acadêmicas, não podemos aceitar isso”, afirmou Steinbeck, destacando que os valores fundamentais das universidades, como cosmopolitismo e integridade acadêmica, estão sendo contraditos.

A medida ocorre um dia após Elon Musk participar de uma conversa ao vivo na plataforma com Alice Weidel, líder do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD). Durante o bate-papo, acompanhado por mais de 200 mil perfis, Weidel fez uma declaração falsa afirmando que Adolf Hitler não era de direita, mas sim “comunista”.

A campanha de abandono da plataforma, batizada de “#WissXit”, foi liderada pela Universidade de Düsseldorf e conta com o apoio de outras instituições renomadas, como a Universidade Livre de Berlim, as universidades de Heidelberg, Würzburg e Marburg, além da Universidade Médica de Innsbruck.

Elon Musk gesticulando e sorrindo com expressão debochada
Elon Musk, dono do X – Reprodução

Motivos da saída

As universidades acusam a plataforma de amplificar algoritmos que favorecem conteúdos populistas de direita, enquanto limitam o alcance de informações com outras perspectivas. Além disso, instituições que já deixaram a rede social têm migrado para alternativas como Bluesky e Mastodon.

O governo alemão está discutindo a possibilidade de retirar sua presença oficial da plataforma devido a preocupações semelhantes.

Segundo Christiane Hoffmann, porta-voz adjunta do governo, os algoritmos das plataformas de mídia social, incluindo o X, frequentemente não promovem um discurso “objetivo e equilibrado, mas sim um que tende a ser agitado e polarizado”. Apesar disso, ela destacou que, por ora, o governo permanecerá no X para manter o alcance a um público amplo.

Antes das eleições gerais de 23 de fevereiro na Alemanha, Musk tem demonstrado apoio a partidos ultradireitistas e anti-establishment na Europa, como o AfD. Este partido, conhecido por sua postura anti-imigração e anti-islâmica, está sob vigilância das autoridades de segurança alemãs por suspeitas de radicalismo e afronta aos valores constitucionais.

A posição do magnata em relação à AfD gerou preocupações em Berlim, mas a porta-voz do governo negou que a possível saída do X esteja relacionada ao envolvimento político do bilionário. Segundo ela, cabe à União Europeia decidir se a plataforma está cumprindo a legislação vigente durante o período eleitoral.

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