“7 Magníficas” seguirão domínio? O que esperar para as ações americanas em 2025

Wall Street

Mesmo com queda na última sessão do ano, as bolsas de Nova York acumularam alta em 2024. No caso do índice S&P 500, o avanço foi de 23,31% e, para o Nasdaq Composite, a alta anual foi de 28,64%. O ganho mais tímido foi do Dow Jones, que ainda assim acumulou alta de 12,88%.

Parte dessa alta foi atribuída à temática da Inteligência Artificial. Para Paulo Gitz, estrategista global da XP e Maria Irene Jordão, analista internacional da XP, o tema deve seguir forte. Se no ano passado, a força foi ligada à infraestrutura relacionada à inovação, como o aumento da demanda por energia elétrica, em 2025, os analista esperam que a demanda final e o potencial de gerar receita com o aumento de capacidade de produção e processamento da AI deve guiar investidores.

O JP Morgan considera possível que as ações dos EUA sigam sustentadas pelo ciclo de negócios em expansão, pelo excepcionalismo americano que está ajudando a ampliar o ciclo de IA e o crescimento dos lucros, pelo afrouxamento contínuo dos bancos centrais globais e pela redução do aperto quantitativo do Fed no primeiro trimestre.

“O benefício da desregulamentação e de um ambiente mais amigável aos negócios tende a ser subestimado, juntamente com o potencial para desbloquear ganhos de produtividade e implantação de capital. Esperamos uma dispersão contínua entre as ações e uma ampliação do desempenho das ações para segmentos onde a avaliação é mais favorável”, sustenta o banco.

Para o banco estrangeiro, a atividade dos Mercados de Capitais deve ficar mais forte considerando taxas mais baixas e ambiente regulatório mais favorável. Além disso, preços de energia mais baixos (considerando a agenda energética da nova administração de Donald Trump), por regulamentação e aumento de produção nos EUA. Tudo isso deve contribuir, para o JP Morgan, para que haja ampliação no crescimento dos lucros.

O relatório da XP também destaca o desempenho positivo no ano, com Nvidia na liderança com alta de 179,9%. Em setores, comunicações, consumo discricionário e tecnologia apresentaram alta no ano. A preferência da casa, no entanto, é para o setor financeiro. No ano passado, o segmento apresentou alta de 28,7% e, para os analistas, é a aposta para 2025, em especial para expectativa de desregulação associada a um novo governo Trump.

“Embora o consenso espere um crescimento do EPS [lucro por ação] do S&P 500 de cerca de 12% para 2025 e algumas estimativas do lado comprador tenham isso mais próximo de 15%, estamos esperando algumas revisões, embora ainda com uma taxa de crescimento saudável de cerca de 10%. Embora este seja um ano de inflexão positivo para a maioria das empresas, o complexo Mag-7 deve continuar acumulando lucros no próximo ano com uma taxa de crescimento de cerca de 15%”, entende. O Mag-7 é o ‘Magnificent 7’, ou 7 Magníficas, termo que se refere a grupo de sete empresas de tecnologia que dominam o mercado de ações dos Estados Unidos, formado por: Alphabet (dona do Google), Amazon, Apple, Meta Platforms, Microsoft, Nvidia e Tesla.

O Morgan Stanley tem a mesma visão sobre o setor financeiro, considerando que as mudanças esperadas pelo novo mandato. Na visão de Betsy Graseck, Head Global de Pesquisa em Bancos e Finanças Diversificadas, uma administração republicana tem potencial de oferecer quadro regulatório mais estável ou mais leve, o que aumentaria a probabilidade de cenário mais otimista para a cobertura.

“Além disso, mesmo que o setor tenha visto uma superação significativa no último mês, a avaliação relativa e o posicionamento continuam atraentes. A combinação desses fatores nos dá uma convicção maior em nossa posição de overweight (OW, ou exposição acima da média) no setor”, afirma o banco estrangeiro.

O Morgan ainda cita potenciais beneficiários no setor industrial. As indústrias que podem ser consideradas melhor posicionadas são a de Elétricos, devido à ampla gama de pontos de contato; Automação, dada a necessidade de compensar o alto custo da mão de obra, e; Distribuição, que é subestimada, por ainda estar no ciclo de capex, segundo o banco, mas uma vez que essas instalações estejam em funcionamento, a distribuição se beneficiará.

O Goldman Sachs considera que o ganho do S&P 500 deve ser mais tímido que o observado em 2024, mas ainda presente em dois dígitos. A projeção é de alta de 11% e retorno total de 12% em dividendos. A visão se baseia na aposta na contínua expansão econômica dos EUA, com crescimento de lucros em 11% para 2025 e 7% para 2026.

“As ações ‘Magnificent 7’ coletivamente superarão o S&P 493 em 2025, mas por cerca de 7 pp [pontos percentuais], a margem mais estreita em sete anos e abaixo de 63 pp em 2023 e 22 pp até o momento. O estreitamento do crescimento relativo do EPS impulsionará a redução da diferença de desempenho”, afirma.

O banco entende também que o cenário econômico favorece ações expostas ciclicamente, mas o mercado de ações já se moveu acentuadamente para precificar essa visão. Entre setores e grupos industriais, o JP Morgan indica Software & Serviços, Materiais e Utilidades como overweight.

A XP considera, ainda, que o ano pode ser difícil para os EUA por riscos associados ao aumento do déficit fiscal, com taxas de juros mais altas, e ao fortalecimento do dólar, que limitariam o potencial de alta, no curto prazo, dos principais índices do país. A análise ressalta que o posicionamento é “abaixo do neutro”, ainda que existam oportunidades nos setores financeiro e de energia. A aposta é um índices menos concentrados em tecnologia e small caps.

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