Aumento do trabalho e renda reduz número de famílias inadimplentes em SP

O ano de 2024 trouxe uma melhora significativa na solvência das famílias paulistanas. Apesar de um alto número de endividados, a proporção de inadimplentes, que são aquelas que não conseguem pagar suas dívidas em dia, apresentou queda em relação a dezembro de 2023. Com informações do Estadão.

A melhoria foi impulsionada pelo fortalecimento do mercado de trabalho, com o desemprego atingindo sua mínima histórica e o aumento real de renda, o que atuou como um contrapeso ao impacto da taxa básica de juros, que chegou a 12,25% com tendência de alta.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Fecomércio-SP, que consulta mais de 2 mil consumidores mensalmente na capital paulista, 19,5% das famílias estavam inadimplentes em dezembro de 2024, uma queda de 3,2 pontos percentuais em relação aos 22,7% registrados no mesmo período de 2023. Em números absolutos, isso significa que 124,2 mil domicílios deixaram de estar inadimplentes nos últimos 12 meses.

Além disso, o percentual de famílias que acreditavam não conseguir honrar seus compromissos nos meses seguintes também diminuiu. Em dezembro de 2023, 10,1% das famílias estavam nessa condição, enquanto em dezembro de 2024 esse número caiu para 8,9%, o equivalente a 45 mil famílias que conseguiram reverter essa situação.

Embora o nível de endividamento tenha se mantido estável na casa dos 70% ao longo do ano, a queda na inadimplência foi destacada pelo economista da Fecomércio-SP, Guilherme Dietze: “No último ano, não houve mudanças significativas na parcela de famílias endividadas, e a inadimplência caiu”. Ele atribuiu essa melhoria ao aumento do emprego e da renda real.

Outro indicador que reflete a melhora financeira das famílias paulistanas é o comprometimento da renda com dívidas.

Em dezembro de 2024, 29,4% da renda familiar estava destinada ao pagamento de dívidas, incluindo financiamentos imobiliários, uma redução em comparação aos 31,8% registrados em dezembro de 2023. Em alguns momentos do ano passado, esse percentual superou os 30%, mas encerrou 2024 abaixo desse patamar.

Especialistas em finanças pessoais recomendam que os consumidores não comprometam mais de um terço da renda (33%) com dívidas.

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