Mercadante critica “falta de reciprocidade” de Zema e Leite com o governo

Aloízio Mercadante, presidente do BNDES. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, criticou os governadores Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, após as manifestações contrárias aos vetos do presidente Lula (PT) na renegociação das dívidas estaduais. Em declaração incisiva, Mercadante apontou falta de reciprocidade dos líderes estaduais diante das iniciativas do governo federal em apoio aos estados.

A renegociação, sancionada com vetos, deve gerar um impacto de R$ 106 bilhões nos próximos cinco anos, abrangendo principalmente os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, que concentram 90% da dívida de R$ 765 bilhões com a União. Apesar das críticas, Mercadante lembrou que a relação do BNDES com os estados tem seguido uma orientação “republicana”.

Sobre Eduardo Leite, Mercadante destacou o apoio federal ao estado após as enchentes de 2023. Segundo ele, o governo federal destinou R$ 25,7 bilhões a 464 municípios gaúchos, além de realizar 8.500 operações de crédito emergencial e suspensão de pagamentos de contratos.

Eduardo Leite e Romeu Zema, governadores do RS e MG. Foto: reprodução

“Mesmo com essa resposta inédita, nunca recebemos uma mensagem de reconhecimento do governador. Ao contrário, ele ataca a renegociação e articula para derrubar os vetos no Congresso”, afirmou em entrevista à Folha.

Quanto a Minas Gerais, Mercadante enfatizou o suporte do BNDES em projetos estruturantes, como a carteira de R$ 15,5 bilhões para concessões e PPPs, além de esforços para reconstruir áreas afetadas pela tragédia de Mariana.

Ele destacou que o banco assumiu metade do Fundo Rio Doce, destinando R$ 49,1 bilhões para a região. Ainda assim, o governador Romeu Zema acusou o governo federal de impor custos excessivos aos estados.

O presidente do BNDES também criticou Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, por não reconhecer a aprovação de R$ 400 milhões para expansão da linha 1 do metrô de Brasília. Segundo Mercadante, Ibaneis declarou “quero distância do Lula” na mesma semana em que o anúncio foi feito.

Mercadante defendeu as ações de Lula como parte de um esforço para reconstruir o pacto federativo e fortalecer as instituições democráticas.

Ele destacou que, apesar da resistência de alguns governadores, há exemplos de lideranças oposicionistas que têm demonstrado respeito nas divergências. “A reconstrução do Brasil passa pela superação do negacionismo do pacto federativo que a extrema direita propaga e que corrói a democracia”, concluiu.

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