“Já sabemos quem matou o Gritzbach”, diz número 2 da Segurança em São Paulo

O secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública, delegado Osvaldo Nico Gonçalves, disse na noite desta quinta (16) que os mandantes da morte do delator do PCC e da polícia Vinícius Gritzbach, já estão identificados, e que só faltam confirmar as provas já levantadas contra eles. “Já sabemos quem são, e vamos prendê-los”, disse.

A polícia não fala abertamente, mas trabalha com a hipótese de que se trate de um “consórcio” formado por membros do PCC que tiveram prejuízo com o delator. A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo, delegada Ivalda Aleixo, afirmou nesta quinta (16) que a soma do que Gritzbach delatou somado aos “mais de R$ 90 milhões de desfalque que deu nessas pessoas” é uma possível motivação para o crime.

Gritzbach foi executado no Aeroporto de Guarulhos em novembro do ano passado com tiros de fuzil. Segundo a Corregedoria da Polícia Militar e a Polícia Civil, um dos autores dos 29 tiros disparados na saída do Terminal 2 do aeroporto, em plena luz do dia, foi um cabo da ativa da PM.

Na quinta (16), a operação Prodontes prendeu o cabo Denis Antonio Martins e mais 14 outros policiais militares que a investigação apontou como tendo ligação direta com a execução. Martins seria um dos autores.

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O segundo atirador também foi identificado, mas, segundo a diretora do DHPP, ainda não há provas suficientes para prendê-lo. Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quinta (16).

Agora, o foco será comparar material genético encontrado na cena do crime com outras provas que podem ser encontradas, como no celular do atirador, que foi apreendido, e na busca que foi realizada na casa dele.

Outra linha

A polícia, na verdade, tem uma outra linha de investigação, mas a do consórcio do PCC é a que tem mais força. “Temos já uma linha de investigação com mandante, que pode envolver mais de um, seria um consórcio”, confirmou Ivalda Aleixo durante entrevista coletiva. “Temos duas linhas de investigação — ambos de facção. Foi um crime encomendado por algum membro do PCC. Temos duas linhas que já estão bastante adiantadas”. Apesar de a investigação não descartar qualquer hipótese, a delegada não considera que o mando do crime tenha sido de alguém ligado à Polícia Militar.

“Para nós, foi um crime de mando e de pagamento, envolveu muito dinheiro, porque a ousadia com que foi feito, se arriscaram de tal forma… Também temos informações de que foi oferecido um valor e determinada pessoa se recusou. Isso foi passando até chegar, infelizmente, a um PM”, explicou Ivalda.

A delegada disse, ainda, que descarta a possibilidade de o mandante do crime ser alguém da Polícia Civil. “Sobre os civis que foram presos em decorrência da delação, eles não aparecem na nossa investigação, ainda, como eventuais mandantes, participantes. Mas podemos esbarrar em um ex-policial militar, algum outro policial…”, apontou.

Em coletiva na manhã desta quinta (16), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, explicou que o PM suspeito de ser atirador foi preso por um crime previsto no Código Militar (organização de militares para praticar violência), não pela morte do delator, que segue sendo investigada pela Polícia Civil.

Gritzbach era acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção criminosa. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, ele entregou o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusou policiais de corrupção.

Em dezembro do ano passado, quatro policiais civis já tinham sido presos acusados de atuar para o PCC. Depois, um quinto policial que estava foragido se entregou.

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