Governo Lula já tem estratégia para enfrentar novas políticas da Meta; saiba qual

Lula e Jorge Messias, novo ministro da AGU
O presidente Lula e Jorge Messias, novo ministro da AGU: o governo petista traçou a estratégia para enfrentar as novas diretrizes de moderação de conteúdo da Meta. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo do presidente Lula (PT) já definiu a estratégia para lidar com as novas diretrizes de moderação de conteúdo da Meta, empresa de Mark Zuckerberg que administra o Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Na semana passada, Zuckerberg anunciou o fim do programa de checagem de fatos, ativo há oito anos para combater a desinformação. Embora inicialmente a medida seja aplicada apenas nos Estados Unidos, há receio de que seja replicada no Brasil.

O Palácio do Planalto pretende aguardar a audiência pública marcada para a próxima quarta-feira (22), em Brasília, que reunirá especialistas, acadêmicos, agências de checagem de fatos e representantes da sociedade civil.

O objetivo é coletar sugestões, buscar apoio e embasar a resposta que o governo dará à Meta. Entre as possibilidades avaliadas está acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar as novas políticas da empresa. Um dos caminhos em análise envolve um pedido relacionado às ações sobre o Marco Civil da Internet, já em julgamento na Corte. No entanto, a decisão final só será tomada após a audiência.

Fontes do governo afirmam que a escolha de aguardar a audiência pública também demonstra que o Planalto não está agindo sozinho na tentativa de conter as mudanças da Meta, contando com o apoio de diferentes setores da sociedade civil.

A audiência, que deve reunir cerca de 30 pessoas, estava originalmente marcada para o dia 16, mas foi adiada para permitir mais tempo de organização e confirmação dos participantes, conforme informou a Advocacia-Geral da União (AGU).

“Definitivamente, uma audiência pública não resolve nada. O governo apostar num só front com a AGU seria fragilizar a questão. O governo deveria atuar em fronts diversos, uma vez que não tem garantia de que vai passar uma regulamentação no Congresso”, comentou uma fonte que acompanha as discussões de perto.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta. Foto: reprodução

O alinhamento da Meta com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tem gerado preocupações no Palácio do Planalto e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre possíveis retrocessos no combate à disseminação de fake news.

Em resposta enviada à AGU na segunda-feira (13), a Meta afirmou que o encerramento do programa de verificação de fatos ocorrerá “apenas nos Estados Unidos”. No entanto, a AGU destacou que “alguns elementos” do documento oficial da empresa “causam grave preocupação”, incluindo mudanças na política da Meta em relação à propagação de discurso de ódio no Brasil.

“No entendimento da AGU e de ministérios que atuam no tema, os atuais termos de uso das plataformas, assim como as mudanças informadas agora pela Meta, não estão adequados à legislação brasileira e não são suficientes para proteção dos direitos fundamentais da cidadania”, afirmou a AGU em nota.

Desde o anúncio da Meta, o governo Lula tem intensificado o discurso público em defesa da regulamentação das big techs, enfrentando resistência no Congresso, principalmente de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nos bastidores, membros do governo já discutem os possíveis impactos da decisão de Zuckerberg, que podem dificultar a colaboração da empresa com as autoridades brasileiras.

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