XP mantém compra para Vibra e recomendação neutra em Ultrapar, mas corta preços-alvo

Vibra

A XP Investimentos decidiu reduzir os preços-alvo para as ações da Vibra Energia (VBBR3) e da Ultrapar (UGPA3) por causa dos impactos das recentes fusões e aquisições realizadas por ambas as empresas, além das taxas de juros mais altas no Brasil. O novo preço-alvo da Vibra passou de R$ 33 para R$ 26 por ação, enquanto o da Ultrapar caiu de R$ 28 para R$ 19 por papel. Apesar das mudanças, as recomendações para as ações foram mantidas: a Vibra segue com classificação de compra, enquanto a Ultrapar permanece neutra.

Segundo relatório da corretora, a Vibra continua sendo a preferência dos analistas devido ao seu rendimento de fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE, na sigla em inglês) de aproximadamente 14% projetado para este ano, acima do estimado para a Ultrapar, que está em cerca de 12%. O potencial de valorização para os preços-alvo é de 52% para a Vibra e 19% para a Ultrapar, considerando os preços atuais das ações.

A decisão de revisar os preços-alvo também considerou o aumento de 150 pontos-base nas taxas de desconto utilizado nos modelos de avaliação, ajustados para refletir títulos locais atrelados à inflação. Estimativas apontam que esse aumento impactou os valores patrimoniais da Vibra e da Ultrapar em 11,9% e 15,1%, respectivamente. A análise sugere, no entanto, que os movimentos recentes das ações (-33% entre agosto de 2024 e janeiro de 2025 para ambas as empresas) excederam os efeitos esperados, indicando que outros fatores também influenciaram o desempenho.

As recentes aquisições da Comerc pela Vibra e da Hidrovias do Brasil (HBSA3) pela Ultrapar tiveram efeitos nas projeções de lucros para este ano. O aumento das despesas financeiras associado a esses investimentos, combinado com os custos de capital elevados, contribuiu para uma revisão das estimativas. No caso da Ultrapar, os estrategistas informam que os desafios temporários, como as restrições logísticas nas hidrovias da HBSA, também impactaram os números.

Os analistas identificam possíveis ganhos de margem no primeiro trimestre de 2025 para ambas as empresas, impulsionados pela escassez de produtos e ganhos de estoque. No entanto, os riscos incluem novos aumentos nas taxas de juros, disputas judiciais sobre créditos tributários e os efeitos de longo prazo da transição energética, que afetam diretamente as estratégias das companhias.

Taxas de juros

O relatório também detalha como as taxas de juros mais altas têm prejudicado o desempenho das ações. Desde agosto de 2024, as taxas nominais no Brasil aumentaram em duas etapas: uma alta inicial de 1,3 ponto percentual até dezembro e um aumento mais acentuado de 2,3 pontos percentuais a partir de novembro. As taxas de juros reais, atreladas à inflação, subiram 1,8 ponto percentual no mesmo período.

Os estrategistas dizem que essas mudanças resultaram em uma menor valorização dos fluxos de caixa futuros e pressionaram as margens financeiras das companhias, ampliando os impactos negativos sobre os preços das ações. A Vibra e a Ultrapar, com durações médias de fluxo de caixa estimadas em 7,9 e 10,1 anos, respectivamente, são particularmente sensíveis a esse tipo de variação. “Taxas soberanas mais altas têm um impacto duplo: menor valor presente dos fluxos de caixa e menores lucros, ou seja, menores fluxos de caixa”, escrevem os analistas.

Apesar dos ajustes, o relatório mantém otimismo quanto às oportunidades no setor, com a Vibra negociando a um múltiplo preço/lucro (P/L) projetado de 12,8 vezes, enquanto a Ultrapar tem um múltiplo de 11,7 vezes, ambos abaixo de 10 vezes no momento. A Vibra, por sua maior capacidade de conversão de lucros em fluxo de caixa, é vista como uma opção mais atrativa para investidores.

Desempenho

Por volta de 12h desta segunda-feira (20), as ações da Vibra Energia (VBBR3) subiam 0,29%, a R$ 17,07. Nos últimos 12 meses, os papéis da companhia caem 19,81%, com uma desvalorização de 4,59% neste mês.

Em contrapartida, no mesmo horário, as ações da Ultrapar (UGPA3) sobem 0,76%, a R$ 16,72. A desvalorização anual da empresa chega a 40,47%, mas a valorização mensal desponta 1,65%.

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