“CPF na Nota”: entenda o caso de traição de jornalista que quebrou a internet

André Conti e Vanessa Bárbara foram casados até 2011. Foto: reprodução

O episódio “CPF na Nota” do podcast Rádio Novelo Apresenta trouxe à tona nas redes sociais uma história que reacendeu debates sobre machismo e misoginia. Relatada pela jornalista Vanessa Bárbara, a trama começa com a descoberta de uma nota fiscal suspeita e se desenrola em revelações de traições e abusos que abalaram o casamento dela com o jornalista e tradutor André Conti, sócio da editora Todavia.

Segundo Vanessa, tudo começou ao identificar uma nota fiscal de um hotel registrada no CPF do então marido. Movida pela desconfiança, ela iniciou uma investigação que revelou não apenas infidelidades, mas também um comportamento manipulador e abusivo por parte dele.

Além disso, a vítima descobriu um grupo de e-mails, chamado “Lista FPC”, formado por amigos próximos do casal, em que eram compartilhadas mensagens com conteúdo misógino e depreciativo sobre esposas e relacionamentos.

Apesar de o casamento ter terminado em 2011 por consequência deste caso, o relato viralizou, trazendo novamente à tona os nomes dos envolvidos e gerando indignação na web. As mensagens da lista incluíam piadas e comentários machistas vindos de homens que, segundo Vanessa, se diziam seus amigos.

Ouça ao episódio: 

Manifestações após viralização

No Instagram, Vanessa Bárbara agradeceu o apoio dos novos seguidores. Já o jornalista André Conti, se desculpou e disse estar arrependido dos erros cometidos há 14 anos. “Tive quase quinze anos para refletir sobre o que aconteceu: as mentiras, manipulação, a pequenez. Esse adultério, e a rede de mentiras que criei em torno dele, terminou por afetar a vida de dezenas de pessoas”, escreveu.

Enquanto Conti pretendia, com o pedido de desculpas, botar panos quentes na situação, sua atual esposa dele, a também jornalista Natércia Pontes reacendeu a discussão, questionando as motivações de Vanessa para denunciar os abusos apenas catorze anos depois.

“Parece não se contentar com a familinha de isopor dela e prefere sei lá o quê […] reflito depois das minhas tristes conclusões, preferiu fazer um podcast, depois de CATORZE anos do ocorrido, para assassinar a reputação do meu marido”, escreveu, em um blog pessoal, no qual disse, no título, que prefere “ser ré a ser juíza”.

A repercussão do episódio também fez com que a editora Todavia emitisse uma nota oficial nesta terça-feira (21/1). No comunicado, a editora fundada por André Conti reconheceu “a gravidade dos acontecimentos narrados” e demonstrou solidariedade à vítima.

“Sentimos muito, sobretudo, pelo sofrimento causado à vítima. Situações que no passado eram normalizadas felizmente estão deixando de ser, graças à coragem de mulheres que decidem quebrar o silêncio”, diz o texto.

Entretanto, a nota da editora foi amplamente criticada nas redes sociais. Comentários apontaram a falta de ações práticas para combater o machismo. “Adorei a ideia de comunicado culposo, onde não há intenção de comunicar absolutamente nada”, ironizou uma usuária. Outra pediu ações concretas: “Tomem atitudes de verdade em prol da construção de uma sociedade mais segura para as mulheres”.

Após as críticas, o perfil da Editora Todavia está inativa no Instagram e a de André Conti está restrita para seguidores.

Comunicado da Editora Todavia. Foto: reprodução

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.