Corregedoria prende PM suspeito de ser o segundo executor de Gritzbach

A Corregedoria da Policia Militar prendeu nesta terça-feira (21) o suspeito de ser o segundo atirador do assassinato de Vinicius Gritzbach, delator do PCC, em novembro passado, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O soldado da PM Ruan Silva Rodrigues trabalha na 3ª Cia do 20 BPM/M. Ao todo, já são 17 PMs presos por envolvimento no caso.

A prisão temporária foi decretada pela Justiça Militar e pela Justiça comum. Na segunda (20), quando começou a ouvir notícias de que teria sido identificado, o PM procurou a administração do Batalhão para pedir licença. A informação chegou até a Corregedoria, que imediatamente recolheu o PM. Após passar por exame de corpo de delito, ele foi encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes.

A investigação descobriu que o cabo Denis Martins, o suspeito de ser o primeiro executor, o tenente Fernando Genauro, suspeito de ser o motorista, e o soldado Ruan trabalharam juntos. O sistema de geolocalização dos celulares dos três aponta que eles estavam no aeroporto no momento do crime.

Nesta terça, policiais do DHPP interrogaram Denis e Fernando. Os PMs Giovanni de Oliveira Garcia e Leandro Ortiz que também estão presos e foram ouvidos como testemunhas. Todos negaram envolvimento no crime.

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Gritzbach era acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, ele entregou o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusou policiais de corrupção.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a prisão foi efetuada na sede do 20° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), em Barueri, na região metropolitana.

“Com a nova prisão, o número de detidos por envolvimento no caso chega a 24, dos quais 17 são policiais militares, cinco policiais civis e outras duas pessoas relacionadas ao homem apontado como olheiro do crime, que está foragido. Do total de prisões, 19 ocorreram a partir da última quinta-feira (16). O caso é rigorosamente investigado pela Força-Tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública, a qual incluí o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as corregedorias das polícias Civil e Militar. As últimas prisões representam importante avanço nas apurações para total esclarecimento do caso”, afirma o comunicado.

No sábado (18), a Polícia Civil havia prendido Fernando Genauro da Silva, de 33 anos, sob suspeita de ser o motorista do carro usado pelos atiradores na execução de Vinícius Gritzbach.

O policial é 1º tenente, tem 33 anos e foi preso em Osasco, onde mora. Em nota, o advogado Mauro Ribas Junior, que defende o tenente, afirmou que “Genauro é inocente, não estava no local do crime” e que “não fazia parte da segurança de Vinicus Gritzbach”. “A defesa entende que prisão foi prematura e amparada em provas frágeis – a saber: uma denúncia anônima e a imagem de uma câmera que mostra apenas uma pessoa de perfil.”

A execução

Câmeras de segurança registraram o momento em que o delator do PCC foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo. A ação ocorreu no desembarque no Terminal 2. Pelas imagens, é possível ver que dois atiradores estão encapuzados. A ação dura 15 segundos.

Passageiros caminhavam tranquilamente com suas malas quando, no canteiro central da área de desembarque, dois homens saem do Gol preto, estacionado em frente a um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), e começam a atirar.

Gritzbach estava de camiseta branca e levava uma mala preta. Ele passa pela calçada e atravessa na faixa de pedestre. Quando chega ao outro lado, o Gol preto para quase em frente ao empresário, e os dois homens saem do carro atirando.

Ele tenta fugir, mas tropeça na mureta e cai, quando é atingido por mais disparos. Os suspeitos, então, entram novamente no veículo e fogem. Ao todo, Gritzbach foi atingido por dez tiros.

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