Estilo ‘Tio Paulo’: homem é investigado após carregar corpo em cadeira de rodas pelas ruas do RJ; vídeo

Imagens que viralizaram nas redes sociais mostram quando o corpo de uma idosa era levado em uma cadeira de rodas pelas ruas de Campinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (22). Um homem, que é filho da mulher, identificada como Aurora do Nascimento Marques, de 100 anos, era quem fazia o transporte (veja abaixo). Ele disse que tinha o objetivo de seguir com a mãe até o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Seca, já que houve demora na remoção. O caso é apurado pela Polícia Civil.

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As imagens mostram o corpo da idosa sendo transportado em uma cadeira de rodas pela Rua Cândido Benício. Alguns populares que passavam pelo local e perceberam a situação chegaram a questionar o homem, mas ele continuou levando a mãe.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas contatou que a idosa já estava sem vida. Assim, a Polícia Civil fez uma perícia e encaminhou o corpo para o Instituto Médico-Legal (IML).

A Polícia Militar também foi chamada e levou o filho da idosa até o 28ª Distrito Policial de Campinho. Lá, o homem prestou depoimento e disse que mora na comunidade do Bateau Mouche e que foi ameaçado de ser expulso do local no dia 7 de janeiro. Desde então, a mãe não conseguia mais andar e seguia acamada. Na terça-feira (21), ela passou mal e faleceu.

Ele relatou que ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas só depois de uma segunda ligação a equipe foi ao local. Depois de constatado o óbito, o homem disse que foi informado de que o Serviço Social iria até lá para retirar o corpo.

Cansado de esperar, ele decidiu colocar a mãe na cadeira de rodas nesta manhã e seguir até o CRAS da Praça Seca. Porém, quando ele estava na rua, foi abordado por um grupo que disse que ele teria matado a idosa e o agrediu.

O caso segue em investigação para apurar as causas do falecimento de Aurora. Já a Secretaria de Assistência Social do município afirmou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Gonzaguinha, na Praça Seca, está à disposição da família da vítima para prestar o suporte necessário.

Caso ‘Tio Paulo’

No dia 16 de abril de 2024, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, foi levado em uma cadeira de rodas a um banco pela sobrinha, Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele já estava sem vida e a mulher tinha o objetivo de obter um empréstimo de R$ 17 mil em nome do falecido.

Imagens, gravadas por funcionários da agência, mostram Braga dentro do banco, sentado em uma cadeira de rodas, visivelmente desacordado. Erika segurava a mão do idoso e pedia para que ele assinasse um documento, da mesma forma que constava em seu RG. Em um determinado momento, a cabeça dele cai para trás e ela levanta para frente (veja abaixo).

Apesar das tentativas dela de que o idoso segurasse uma caneta para assinar o documento, ele não reagiu. “Tio Paulo, está ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço”, disse Érika no vídeo. “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais.”

Na sequência, ela pergunta para as funcionárias do banco se alguma delas viu o “tio” segurar a porta do banco, dizendo que ele tinha sim forças para fazer a assinatura. Porém, as atendentes dizem não ter visto e uma delas afirma: “Ele não está bem não”.

Depois disso o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e o médico constatou que o idoso já estava morto. Por conta das mudanças de coloração que surgem na pele, o profissional estimou que a morte tenha ocorrido pelo menos duas horas antes.

Apesar das alegações da defesa de que Erika tem problemas psiquiátricos e não percebeu que Paulo tinha morrido, o delegado Fabio Luiz Souza, do 34º Distrito Policial de Bangu, disse na ocasião que não tinha dúvidas de que a mulher já sabia que o idoso estava morto quando chegou no banco.

O investigador apresentou ao MP os depoimentos de testemunhas eu revelaram que Erika tentou cadastrar sua própria conta bancária para receber o dinheiro do tio e que chegou a ir ao banco sozinha para tentar sacar o dinheiro.

Em maio do ano passado, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público e tornou Erika ré pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver. A mulher, que chegou a ser presa, foi solta e desde então responde em liberdade.

Erika também é investigada em outro inquérito por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas as diligências ainda seguem em andamento na Polícia Civil.

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