Motoboys organizam megamanifestação em SP no dia 3 de fevereiro contra Ricardo Nunes

Anúncio da manifestação dos motoboys

O movimento dos entregadores em São Paulo promete ganhar força no próximo dia 3 de fevereiro, quando mais de mil motociclistas devem tomar as ruas da capital em protesto contra a gestão do prefeito Ricardo Nunes. A mobilização ocorre em resposta à ofensiva da Prefeitura, que, com o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM), vem intensificando a apreensão de motos utilizadas por trabalhadores que atuam no modal 99Moto.

Na última terça-feira, 21, cerca de 300 entregadores já haviam se reunido em manifestação para contestar as ações da Prefeitura, que alega irregularidades no serviço de mototáxi oferecido pelos aplicativos. Contudo, as medidas têm gerado revolta entre os motoboys, que relatam autuações com multas de até R$ 7.000, além da apreensão de seus veículos.

Júnior Freitas, líder do movimento em defesa dos motoboys, afirma que há respaldo jurídico para a prestação do serviço e critica duramente Nunes. “O prefeito não enfrenta as empresas de aplicativos, mas resolveu montar comandos pela cidade para prender as motos dos trabalhadores”, diz Nunes.

A entrada da Uber no mercado de mototáxis da capital paulista, na última quarta-feira (22), agravou ainda mais a situação. Com dois grandes aplicativos operando no setor, a GCM intensificou as fiscalizações, resultando em um verdadeiro “arrastão” de motos que prestam o serviço. Freitas destacou que, enquanto a 99 tem oferecido suporte jurídico e financeiro aos trabalhadores afetados, a Uber ainda não se posicionou sobre as demandas do movimento.

No âmbito judicial, a questão segue polêmica. Em despacho publicado no último dia 17, o Tribunal de Justiça de São Paulo esclareceu que não há nenhuma decisão que proíba ou suspenda o serviço de mototáxi na cidade. Segundo o juiz Josué Vilela Pimentel, o processo movido pela 99 Tecnologia LTDA contra a Prefeitura de São Paulo trata apenas de “ameaça de imposição de consectários legais”, não havendo determinação judicial que impeça a atividade.

Apesar disso, a Prefeitura determinou a suspensão imediata do “serviço clandestino de motocicletas” e, em um acordo com as lideranças do movimento, prometeu uma trégua de 10 dias para discutir a questão. Contudo, segundo os motoboys, esse compromisso não foi cumprido.

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