“Não vou pedir desculpa”, diz bispa atacada por Trump após pedido de misericórdia

Bispa Mariann Budde, da Igreja Episcopal de Washington, e o presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

A bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese Episcopal de Washington, explicou nesta quarta-feira (22) por que repreendeu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o culto de celebração da posse do republicano.

A líder religiosa concedeu entrevistas à CNN, à revista Time e ao jornal The New York Times.

Durante o culto na Catedral Nacional de Washington, na manhã de terça-feira (21), Budde pediu misericórdia aos imigrantes e às pessoas da comunidade LGBTQIA+. “Eu lhe peço que tenha misericórdia, senhor presidente. Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes”, afirmou.

Budde, que foi chamada de “esquerdista radical” pelo republicano, afirmou que não irá se desculpar. “Não vou pedir desculpa por pedir misericórdia para outros”, disse.

A religiosa revelou ter recebido ameaças de morte após o sermão, mas ressaltou que não se sente em perigo. “As verdadeiras pessoas que estão em perigo são aquelas que têm medo de serem deportadas. As pessoas reais que estão em perigo são os jovens que sentem que não podem ser eles mesmos e estar seguros e que estão sujeitos a todos os tipos de ataques externos e respostas suicidas a eles”, explicou.

A bispa disse ainda que “não odeia Trump”. “Eu me esforço para não odiar ninguém e ouso dizer que também não sou da ‘esquerda radical’, seja lá o que isso signifique”, afirmou.

“Queria dizer que há espaço para a misericórdia. Há espaço para uma maior compaixão. Não precisamos retratar com termos severos algumas das pessoas mais vulneráveis da nossa sociedade, que são nossos vizinhos, amigos, filhos, os amigos de nossos filhos, e outros”.

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