Guinada política de Elon Musk é sincera; ele virou nazista. Por Luis Felipe Miguel

Elon Musk fazendo saudação nazista
Saudação nazista de Elon Musk – Reprodução

Não sou expert em muskologia, mas parece que a guinada política de Elon é sincera. Isto é, ele realmente virou um nazista, quando antes se movia apenas por oportunismo e egocentrismo. A saudação na posse e o tuíte em que respondeu a seus críticos, fazendo (péssimos) trocadilhos com os nomes dos lugares-tenentes de Hitler, são bem significativas.

Eu pensei que era influência de outros magnatas das big techs ideologicamente mais sólidos, como Peter Thiel, mas uma reportagem de Damien Leloup no Monde mostra que ele é guiado por um punhado de contas de extremistas europeus, com as quais interage no Twitter. (Que, como sempre, me recuso as chamar de X.)

Um exemplo: “Até 2023, a Alemanha, onde há uma grande fábrica da Tesla, não era um grande foco de interesse para Elon Musk. Mas em 29 de setembro de 2023, o tom muda radicalmente: o multimilionário se envolve em uma troca de farpas, na rede social que comprou no ano anterior, com o Ministério das Relações Exteriores alemão.

O assunto? Os barcos fretados por associações alemãs para resgatar migrantes no Mediterrâneo, um tema que Elon Musk parece ter acabado de descobrir, através de uma mensagem, que ele cita, da conta ‘RadioGenoa’.

Criada por um militante neofascista italiano, essa conta, com 1,2 milhão de seguidores, espalha mensagens racistas e imagens de incidentes europeus fora de contexto. Em 2024, Musk respondeu publicamente 25 vezes a essa conta.”

Ou então: “Em 31 de dezembro de 2024, foi por meio de um tuíte da conta racista e eugenista ‘Eyeslasho’ que ele aparentemente descobriu a existência do escândalo, com dez anos de história, das ‘grooming gangs’ no Reino Unido – um caso importante de estupros organizados, muitas vezes cometidos por membros da comunidade paquistanesa no norte da Inglaterra.

Isso se tornou o ponto de partida de uma campanha agressiva de Musk contra o governo britânico.”

Ao que parece, o homem mais rico do mundo, assessor e conselheiro do presidente do país mais poderoso da Terra, tornou-se mesmo um nazista militante. E o primeiro-ministro de Israel diz que ele é um grande apoiador e amigo. Parece que o nazismo, hoje, não precisa do antissemitismo. Mas continua sedento por um genocídio.

Publicado originalmente na página de Luis Felipe Miguel no Facebook

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