Reiter Log: a gigante de logística que começou com um caminhão

São poucas as pessoas do mundo que podem dizer que, na vida adulta, seguem seus sonhos de criança. Vinícius Reiter Pilz é uma dessas pessoas. Ele nasceu em Venâncio Aires, um município do Rio Grande do Sul, e cresceu junto com a irmã caçula, Vanessa, na residência da família no então distrito de Mato Leitão. As brincadeiras de infância se resumiam a caminhões – de brinquedo ou de verdade, já que o avô tinha uma pequena empresa de veículos. “Quando ele tinha 15 anos, teve a oportunidade de ir para a Disney, mas preferiu ir de carona em um caminhão, carregando ovelhas até o Uruguai”, conta a irmã, em entrevista ao podcast sobre empreendedorismo do InfoMoney, Do Zero ao Topo.

Era natural, portanto, que Vinícius fosse empreender no setor de logística. Quando tinha 22 anos, ele começou a Reiter Log, com um caminhão e um cliente. Vanessa chegou depois e, hoje, os dois se complementam na liderança. “Eu sou o PowerPoint e ele é o Excel. Eu sou a expansiva e a porta-voz. Ele é da estratégia, da operação e dos números”, resume. 

Agora, a empresa possui mais de 2.300 colaboradores. E, além de transportes, atua também como operador logístico para diversos clientes como Sodexo e Carrefour. Mas há outra avenida de crescimento que a companhia prioriza: “somos a solução para clientes que buscam descarbonizar suas operações”, afirma. 

Em 2021, a empresa criou uma diretoria específica para ações ESG. “Por muito tempo, isso foi visto como “modinha”. Mas, para nós, sempre foi um tema entendido com muita seriedade. Hoje, temos como clientes as principais empresas do Brasil que buscam esse trabalho. São companhias como O Boticário, Suzano, Nestlé, entre outras”, diz. 

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Nessa frente, um dos pilares da empresa é o foco na renovação e manutenção da frota. Enquanto a idade média dos caminhões no Brasil passa dos 20 anos, na Reiter Log, é de 2. E mais: 30% da frota é movida a energias alternativas. A meta é chegar a 100% até 2035. 

Pré-sal caipira

Segundo dados divulgados na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, mais de 20% das emissões de CO2 globais são do transporte rodoviário. “Precisamos começar a mudar pelo amor ou pela dor. E começar de verdade, não apenas fazendo greenwashing, tirando uma foto com um carro elétrico e pronto”, diz Vanessa, que também ocupa a cadeira de diretora de ESG na empresa. 

A rota para a mudança já foi traçada. “Não acreditamos em uma solução única. Usamos veículos elétricos, principalmente para as entregas finais (last mile, em inglês). Mas também temos veículos movidos a biometano, também conhecido como o pré-sal caipira: um combustível 100% limpo, com enorme potencial de crescimento, que vem do resíduo do agronegócio. O que era um problema, vira uma solução”, afirma Vanessa. 

O caminho, contudo, tem obstáculos: “não é simples, mas estudamos as rotas que conseguimos fazer dessa forma e já temos 3 pit stops no Brasil 100% abastecidos com biometano de origem do  agronegócio”, diz. 

Além dessa adaptação, a empresa passa por outra: a iminente falta de mão de obra qualificada. “Os jovens não querem passar dias em um caminhão. Para o Brasil não parar, precisamos formar a próxima geração de motoristas, porque caminhões autônomos podem até chegar, mas vai demorar muito para isso acontecer. E temos um problema real agora”, diz. 

Uma das soluções foi buscar as mulheres. “Começamos um curso para motoristas mulheres mas existem outras dificuldades que vão além de nós. Por exemplo, ainda há postos de parada com vestiário masculino apenas”, afirma. 

Atacando diversos problemas ao mesmo tempo, a companhia conseguiu alcançar um crescimento de 20% no faturamento desde 2017. Em 2024, apesar de contabilizar apenas 11 meses de faturamento por conta das chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul e fecharam estradas, a companhia alcançou um faturamento de R$ 700 milhões com a expectativa de um crescimento constante para os próximos anos. 

Para saber mais detalhes da história da empresa e conhecer sua estratégia para o futuro, veja o episódio completo publicado na última sexta-feira (1) no Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube e em sua versão de podcast nas principais plataformas de streaming como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Castbox e Amazon Music.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo é uma produção do InfoMoney e traz, a cada sexta-feira, a história de mulheres e homens de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.

O programa já recebeu nomes como José Roberto Nogueira, fundador da Brisanet; Fernando Simões, do Grupo Simpar;  Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; Antonio Carlos Nasraui, CEO do Rei do Mate; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi;  José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.

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