Super Quarta: Os riscos e as oportunidades para os traders

Nesta quarta-feira (29), investidores estarão com as atenções completamente voltadas para as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, na primeira “Super Quarta” de 2025.

O economista Rafael Perretti, trader e influencer do grupo XP, destaca que a sessão deverá apresentar oportunidades e riscos significativos para os traders, especialmente no período da tarde, durante o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, e na abertura de quinta-feira, com os impactos da decisão e do comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária).

Perretti recomenda, dessa forma, que os traders acompanhem os eventos com atenção redobrada, considerando os principais pontos que podem influenciar o mercado.

O fluxo de volatilidade deverá se intensificar às 16h (no horário de Brasília), quando o Fed deverá anunciar a manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos. No entanto, o foco do mercado estará no discurso de Jerome Powell, previsto para começar às 16h30.

“A maior volatilidade, com movimentos mais diretos e com barras fortes (dos gráficos), tende a surgir no período da tarde, quando Powell fará sua declaração e responderá perguntas”, explica Perretti.

O cenário atual é complexo, especialmente com a nova gestão do governo Trump, que poderá influenciar a política monetária do Fed, dependendo de suas decisões principalmente em relação a tarifas comerciais.

Movimentos mais diretos e fortes no mercado são esperados, portanto, durante e após o discurso, com possibilidade de alta volatilidade no dólar e em outros ativos.

Especialmente em relação ao discurso do Powell, investidores estarão atentos ao guidance que será apresentado, trazendo possíveis sinalizações para as próximas reuniões.

Super Quarta: Brasil

Enquanto os anúncios do Fed vão ocorrer durante o pregão em funcionamento, a decisão do Copom e o seu comunicado será conhecido com a Bolsa fechada. A previsão é de que a comunicação saia após as 18h30.

A expectativa é de uma alta de 1 ponto percentual na Selic, levando a taxa básica de juros para 13,25%. No entanto, o que realmente importa é o primeiro comunicado do Copom, de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central.

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“Vai ser a primeira decisão do Copom, o primeiro comunicado de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central. Por isso, o mercado estará atento ao guidance de Galípolo, especialmente sobre o pico da taxa Selic e as expectativas para a política fiscal”, analisa Perretti.

Dessa forma, a abertura do pregão de quinta-feira já deverá refletir a decisão do Copom, podendo apresentar um possível gap (movimento técnico resultante de uma grande variação nos preços dos ativos).

Perretti observa que o principal fator de risco para alta volatilidade será qualquer menção no comunicado do Copom que fuja de aspectos técnicos e se volte para questões políticas. Isso poderia gerar instabilidade e aumentar a a volatilidade do mercado.

“No caso do Brasil, já temos a contratação de juros definida para a reunião de março, mas ainda não para a reunião subsequente, que será em maio. Por isso, o mercado estará atento para identificar qualquer sinalização sobre o que pode se esperar para a reunião de maio”, explicou Perretti.

“Outro ponto importante a ser observado é se haverá menções à política fiscal e às expectativas do Banco Central sobre quando a inflação começará a convergir e inflexionar para baixo”, acrescentou.

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