Super Quarta: no que o mercado está de olho sobre as decisões do Fed e do BC?

A primeira Super Quarta do ano, com decisões de juros do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, é movimentada e concentra as atenções do mercado nesta sessão.

A expectativa é de que o Fed encerre uma série de três reuniões com cortes de juros e deixe a taxa inalterada quando anunciar sua decisão às 16h (horário de Brasília). Mas os investidores avaliarão a mensagem do banco central norte-americano após os primeiros dias de Donald Trump na Presidência.

De acordo com a equipe da XP, no caso da reunião do Federal Reserve, as atenções estarão voltadas para as declarações do titular do banco central norte-americano, Jerome Powell, dada a expectativa de manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%.

Powell começa sua tradicional entrevista à imprensa 30 minutos após o anúncio da decisão e agentes do mercado devem buscar sinais adicionais sobre a trajetória da política monetária na maior economia do mundo.

“O cenário de manutenção das taxas até 2025 ainda é minoritário nas apostas do mercado, mas ganhou força com os últimos dados de inflação e do mercado de trabalho”, disse a XP.

Por aqui, o Banco Central anuncia sua decisão de política monetária a partir de 18h30 e deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, como já havia sinalizado na reunião de dezembro.

“O mercado deverá analisar cuidadosamente o comunicado pós-reunião, que poderá sinalizar apenas mais um aumento de 100 bps (pontos-base) ou a continuação do ciclo de aperto monetário nas reuniões seguintes”, acrescentou a equipe da XP.

“A perspectiva de uma nova alta da Selic hoje à noite tem favorecido o ingresso de investidores estrangeiros no Brasil [nas últimas sessões], ajudado a derrubar os juros futuros e o dólar em relação ao real -a moeda americana registrou ontem o sétimo pregão consecutivo de desvalorização”, avalia a Ágora Investimentos. O dólar fechou a sessão da véspera na casa dos R$ 5,86.

Na visão do Goldman Sachs, com a alta já contratada e outra orientação para março, o principal componente a ser observado é se há alguma orientação explícita além de março, onde os mercados ainda estão precificando perto de 200 bps de aumentos adicionais.

“Com as taxas reais agora acima de sua média de longo prazo e com o ruído político passando por um período sazonalmente mais calmo, temos recomendado a venda no euro frente o real, sendo a operação preferida em emergentes”, apontam os analistas do banco.

O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, espera a Selic terminal em torno de 16%, taxa que deve ficar neste patamar por alguns meses.

“O comunicado, o primeiro da gestão Galípolo será analisado com lupa, assim como a ata na próxima terça-feira. Acreditamos que o Copom, além de subir os juros em 1 ponto percentual, apenas manterá a promessa de nova alta de 1 ponto na reunião de março, sem se comprometer daí em diante”, avalia o especialista.

Adicionalmente, o horizonte da política monetária deve ser alterado: do 2º trimestre para o 3º trimestre de 2026. “Será importante analisar a inflação projetada para este horizonte, que indicará qual a Selic necessária para atingir a meta de inflação”, aponta Faria Júnior.

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