Israel rejeita retirada de Corredor e mantém presença militar em Gaza e Líbano

Israel anunciou que não retirará suas tropas do Corredor Filadélfia, a faixa de 14 quilômetros que separa a Faixa de Gaza do Egito, contrariando os termos do acordo de cessar-fogo que previa uma saída gradual a partir deste sábado, no 42º dia da trégua.

“Não deixaremos o Corredor Filadélfia”, afirmou uma autoridade israelense à imprensa local. Segundo o governo de Benjamin Netanyahu, a permanência militar na região visa impedir o rearmamento do Hamas e evitar que o grupo recupere força por meio do contrabando de armas.

A acordo de trégua estabelecia que Israel deveria iniciar a retirada no último dia da primeira fase do cessar-fogo, concluindo o processo antes do 50º dia. No entanto, a permanência no corredor sempre foi um dos pontos mais controversos das negociações, com Israel insistindo que controlar a passagem de Rafah é essencial para sua segurança.

“O Corredor Filadélfia não será evacuado. Se Israel perder o controle, Gaza se tornará um reino do terrorismo”, declarou Netanyahu em setembro passado. Segundo o primeiro-ministro, a área se tornou o “tubo de oxigênio” do Hamas para recebimento de armamentos.

O anúncio ocorre a dois dias do fim da primeira fase da trégua, sem avanços concretos para a segunda etapa, que deveria levar a um cessar-fogo definitivo. Fontes do governo israelense indicam que Netanyahu pode optar por prolongar a fase inicial da trégua, mantendo ataques esporádicos e presença militar nas áreas ocupadas.

Presença militar no Líbano e na Síria

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nesta quinta-feira (27) que os Estados Unidos deram aval para que as forças israelenses permaneçam indefinidamente na zona de amortecimento no sul do Líbano.

“Permaneceremos na zona de amortecimento no Líbano indefinidamente: depende da situação, não do tempo. Recebemos sinal verde dos Estados Unidos”, declarou Katz em uma conferência com líderes regionais israelenses.

Além disso, o Exército israelense também manterá tropas na fronteira com a Síria, incluindo posições estratégicas no Monte Hermon e outros pontos não especificados.

No último dia 18 de fevereiro, Katz já havia indicado que Israel permaneceria em cinco posições militares na fronteira com o Líbano, indo além do que está estipulado no acordo de cessar-fogo. Ele justificou a decisão com base nos ataques de 7 de outubro, alegando que Israel não pode permitir a presença de grupos extremistas próximos à sua fronteira, seja na Síria, no Líbano ou na Cisjordânia.

As decisões do governo Netanyahu desafiam os termos da trégua e podem aumentar as tensões diplomáticas na região, especialmente com Egito, Líbano e outros mediadores do cessar-fogo.

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