La Nación trata fotógrafo ferido como ativista político. Por Moisés Mendes

O fotógrafo Pablo Grillo. Foto: Reprodução

O fotógrafo Pablo Grillo, 35 anos, atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo ontem em Buenos Aires, está internado em estado grave.

Vamos imaginar seus colegas documentaristas e jornalistas lendo esse texto do jornal La Nación, uma combinação de Folha, Globo e Estadão da Argentina:

“Quem é Pablo Grillo, o fotógrafo que ficou gravemente ferido durante a manifestação em frente ao Congresso? O homem de 35 anos, natural de Lanús, foi internado com prognóstico reservado no Hospital Ramos Mejía após ser atingido por um projétil na cabeça. É reconhecido como documentarista e ativista de Nestor e Cristina. Seu pai culpou Milei e Patricia Bullrich pelos ferimentos graves”.

O jornal tenta desqualificar o fotógrafo, logo no início do texto, como simpatizante do kirchnerismo.

Não há nada sobre sua atividade profissional, mas sobre sua orientação política. O pai é citado apenas para reafirmar sua postura de esquerda.

Os jornalões, lá e aqui, desqualificam até seus próprios profissionais, e não só os que a mídia mileinista deprecia por estarem assumidamente alinhados com os inimigos do fascismo.

O jornalismo das corporações, na Argentina e no Brasil, faz cada vez mais o jogo da extrema direita.

Está longe o tempo em que os jornalões defendiam os jornalistas que arriscam suas vidas enfrentando gângsteres no poder.

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