Alckmin critica alta nos juros e diz esperar, com mudança no BC, algo ‘mais razoável’

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou o novo nível da taxa Selic, que foi elevada para 12,25% nesta semana, e disse esperar que no próximo ano, a partir das mudanças no Banco Central, exista algo “mais razoável”. “Então, eu espero que no próximo ano, com as mudanças aí do Banco Central, a gente tenha uma coisa mais razoável. Porque isso acaba inibindo o investimento”, disse Alckmin durante agenda na Superintendência da Zona Franca de Manaus.

Em 2025, a composição do BC mudará a partir da nova presidência de Gabriel Galípolo e da posse de três novos diretores indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o BC, toda a diretoria atual, inclusive Galípolo, atual diretor de Política Monetária, votaram pela elevação da Selic em um ponto porcentual na quarta-feira, 11.

Para Alckmin, “pior ainda” se for considerado que a elevação dos juros pelo BC foi uma resposta ao ambiente fiscal, uma vez que o aumento de um ponto porcentual na taxa eleva a dívida do governo em R$ 50 bilhões. “Me parece um equívoco”, afirmou.

Para o vice-presidente, há um problema no modelo atual da política monetária, que considera os preços de energia e alimentos, suscetíveis ao clima e à geopolítica. Nesse sentido, Alckmin elogiou o sistema norte-americano que, segundo ele, não leva em consideração na sua análise esses dois itens.

“Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem duas missões. Uma missão é emprego. E a outra é controlar a inflação. Ele não leva em consideração alimento. Alimento é clima. Não vai chover porque eu aumentei os juros. É só prejudica a economia e não resolve o problema. Não é por excesso de consumo. A mesma coisa é energia”, disse o ministro.

No dia da decisão do Copom, a elevação da Selic já havia sido alvo de uma moção crítica aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão que é presidido por Alckmin.

O posicionamento do conselho foi aprovado em reunião extraordinária e chancelado por unanimidade por representantes de 20 ministérios e de 21 entidades da sociedade civil que integram o CNDI.

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