PF diz que Braga Netto forneceu dinheiro a kids pretos em sacolas de vinho

Kids pretos. Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) obteve novas informações do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, que reforçam a participação ativa do general Walter Braga Netto na trama golpista que visa a tentativa de golpe de Estado. Segundo elas, ele não apenas tinha conhecimento das ações ilícitas, mas também esteve diretamente envolvido no financiamento das atividades golpistas, com destaque para a entrega de recursos a golpistas em uma sacola de vinho.

A prisão de Braga Netto, ocorrida no último sábado (14) em Copacabana, Rio de Janeiro, é um marco no avanço das investigações. O general, que ficará sob custódia do Exército, está sendo investigado por sua participação na organização e execução da tentativa de golpe, juntamente com outros envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A investigação da PF aponta que Braga Netto foi descrito como “a cabeça, o mentor do golpe” por um dos investigadores, embora tenha atuado sob as ordens diretas de Bolsonaro. Segundo a PF, o general coordenou ações ilícitas, com a colaboração de militares especializados em Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, e entregou dinheiro de forma clandestina, usando uma sacola de vinho para financiar as operações ilegais.

Além disso, Braga Netto teria tentado obter informações sigilosas relacionadas ao acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, buscando manipular as versões fornecidas pelos envolvidos no caso. A PF aponta ainda que o general teve um papel significativo na coordenação das tentativas de prender e até executar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, uma das figuras-chave no cenário político.

Braga Netto. Foto: Divulgação

O general foi preso após ser alvo de mandados de busca e apreensão, com a PF cumprindo ordens expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão e os desdobramentos da investigação aprofundam ainda mais o envolvimento de altos militares nas tentativas de subverter a ordem democrática e o Estado de Direito no Brasil.

Em nota divulgada em novembro, Braga Netto se posicionou afirmando que “nunca se tratou de golpe” e que suas ações foram sempre pautadas por princípios legais e constitucionais. Contudo, as evidências colhidas pela PF revelam uma trama bem mais complexa, com participação direta do general em ações ilegais destinadas a desestabilizar o governo eleito.

Com o avanço das investigações, a PF continua a apurar as responsabilidades de Braga Netto e outros envolvidos na trama golpista. O relatório de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tem sido crucial para esclarecer a dinâmica da operação, e a colaboração das autoridades com o Supremo Tribunal Federal segue intensificando as ações contra os envolvidos.

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