Segundo os depoimentos, a Abin usou a ferramenta \u201cCobalt Strike\u201d \u2014 um software normalmente utilizado em simula\u00e7\u00f5es de ataques \u2014 para invadir computadores de autoridades paraguaias ligadas \u00e0 negocia\u00e7\u00e3o do anexo C do tratado de Itaipu, que trata das condi\u00e7\u00f5es financeiras da venda de energia da usina binacional.<\/p>\n

\u201cO objeto da opera\u00e7\u00e3o era a obten\u00e7\u00e3o dos valores que seriam negociados do anexo C dos valores de venda de energia produzida por Itaipu\u201d, afirmou o agente \u00e0 PF.<\/p>\n

As invas\u00f5es teriam atingido \u00f3rg\u00e3os do Congresso paraguaio, Senado, C\u00e2mara e at\u00e9 a Presid\u00eancia da Rep\u00fablica, com captura de senhas e dados de usu\u00e1rios. O servidor afirmou que as informa\u00e7\u00f5es foram colhidas de cinco a seis autoridades diretamente ligadas \u00e0s negocia\u00e7\u00f5es com o Brasil.<\/p>\n

A opera\u00e7\u00e3o foi executada fora do territ\u00f3rio brasileiro, com servidores virtuais montados no Chile e no Panam\u00e1. As viagens foram realizadas por agentes da Abin para dificultar o rastreamento da origem dos ataques.<\/p>\n

Liga\u00e7\u00e3o com negocia\u00e7\u00f5es de Itaipu<\/h2>\n

A a\u00e7\u00e3o teria ocorrido meses antes do acordo firmado entre Brasil e Paraguai, em maio de 2024, quando os dois pa\u00edses redefiniram os valores pagos pela energia vendida pelo Paraguai. Na ocasi\u00e3o, o Brasil aceitou pagar mais, mas abaixo do que pedia o governo paraguaio.<\/p>\n

Ainda n\u00e3o h\u00e1 confirma\u00e7\u00e3o de que as informa\u00e7\u00f5es obtidas tenham sido usadas diretamente nas negocia\u00e7\u00f5es. A Pol\u00edcia Federal investiga se a opera\u00e7\u00e3o teve respaldo legal ou configurou espionagem internacional il\u00edcita.<\/p>\n