\u00a9 Paulo Pinto\/Ag\u00eancia Brasil<\/p>\n
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Manifestantes participaram, na noite dessa ter\u00e7a-feira (1\u00ba), de mais uma edi\u00e7\u00e3o do Cord\u00e3o da Mentira, protesto art\u00edstico e pol\u00edtico realizado anualmente na capital paulista para questionar as viola\u00e7\u00f5es de direitos da ditadura civil-militar e da atualidade. Este ano, a organiza\u00e7\u00e3o decidiu fazer com que a marcha assumisse a forma de um “desfile para adiar o fim do mundo”, refer\u00eancia \u00e0 obra Ideias para adiar o fim do mundo<\/em> , de Ailton Krenak, hoje um dos mais destacados pensadores ind\u00edgenas.<\/p>\n Os manifestantes partiram do Pateo do Collegio, complexo hist\u00f3rico e cultural que abriga institui\u00e7\u00f5es como o Museu das Favelas, e percorreram um caminho at\u00e9 o Minist\u00e9rio P\u00fablico de S\u00e3o Paulo. Como nas edi\u00e7\u00f5es anteriores, entre os participantes estavam militantes de diversos grupos e movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST),<\/p>\n Com intervalos preenchidos por palavras de ordem de manifestantes, que contestavam a atua\u00e7\u00e3o de pol\u00edticos como o prefeito de S\u00e3o Paulo, Ricardo Nunes, e o governador Tarc\u00edsio de Freitas, lideran\u00e7as abordaram temas como a letalidade e a viol\u00eancia policiais. Muitas tamb\u00e9m lembraram como a falsifica\u00e7\u00e3o da hist\u00f3ria do per\u00edodo da ditadura introduzida pelo golpe de 1964 ainda gera consequ\u00eancias.<\/p>\n Presente ao ato, o ex-ministro Jos\u00e9 Genoino lembrou o motivo por que os militares sempre afirmaram que tomaram o poder do ent\u00e3o presidente Jo\u00e3o Goulart no dia 31 de mar\u00e7o. A disputa ideol\u00f3gica sobre a data existe porque no dia 1\u00aa de abril se comemora o Dia da Mentira e isso refor\u00e7aria a hip\u00f3tese da esquerda de que, ao longo de 21 anos, o que fizeram foi cercear direitos humanos e s\u00f3 conseguiram atingir esse objetivo sem o apoio da popula\u00e7\u00e3o, de modo autorit\u00e1rio e ileg\u00edtimo. <\/p>\n “Eles mentiram, disseram que era 31 de mar\u00e7o. Em 31 de mar\u00e7o, eles sa\u00edram de Juiz de Fora (MG) e no dia 1\u00ba j\u00e1 estavam matando gente na Guanabara. Por isso que esse cord\u00e3o \u00e9 t\u00e3o importante, porque n\u00e3o concilia, n\u00e3o aceita a segunda anistia aos militares golpistas e assassinos”, declarou Genoino, um dos militantes da Guerrilha do Araguaia.<\/p>\n “Onde estar\u00edamos se o golpe [orquestrado como forma de anular a vit\u00f3ria do presidente Lula em 2022] tivesse dado certo?”, indagou, logo depois, ao microfone, Cas\u00e9 Angatu, pesquisador tupinamb\u00e1 que constantemente denuncia a situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade dos ind\u00edgenas do sul da Bahia. “A ditadura come\u00e7ou em 1500, isso aqui \u00e9 terra invadida”, declarou.<\/p>\n O Brasil passou por duas ditaduras, uma nas d\u00e9cadas de 1930 e 1945, no governo de Get\u00falio Vargas, com o Estado Novo, e a instalada com o golpe de 1964. Em 1984, ganhou amplitude o processo de redemocratiza\u00e7\u00e3o do pa\u00eds, com o crescimento do movimento Diretas J\u00e1, que pedia elei\u00e7\u00f5es diretas para presidente da Rep\u00fablica.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" \u00a9 Paulo Pinto\/Ag\u00eancia Brasil Manifestantes participaram, na noite dessa ter\u00e7a-feira (1\u00ba), de mais uma edi\u00e7\u00e3o do Cord\u00e3o da Mentira, protesto art\u00edstico e pol\u00edtico realizado anualmente na capital paulista para questionar as viola\u00e7\u00f5es de direitos da ditadura civil-militar e da atualidade. Este ano, a organiza\u00e7\u00e3o decidiu fazer com que a marcha… Continue lendo Geno\u00edno<\/h2>\n