Rea\u00e7\u00e3o ao tarifa\u00e7o de Trump, PMIs de servi\u00e7os, Lula e mais destaques desta 5\u00aa<\/h3>\n

Confira as principais not\u00edcias que devem mexer com os mercados nesta quinta-feira (2)<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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Apesar do impacto pol\u00edtico, especialistas ouvidos minimizam o potencial de dano nas rela\u00e7\u00f5es bilaterais. Para Renato Ribeiro de Almeida, coordenador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Pol\u00edtico (Abradep), em termos diplom\u00e1ticos, o caso pode ser considerado um \u201ccaso menor\u201d.<\/p>\n

\u201c\u00c9 comum que pa\u00edses investiguem seus parceiros comerciais para obter informa\u00e7\u00f5es que auxiliem nas negocia\u00e7\u00f5es. N\u00e3o vejo isso como espionagem, mas sim como uma quest\u00e3o de perspectiva dentro da narrativa paraguaia. Cabe \u00e0 Ag\u00eancia Brasileira de Intelig\u00eancia obter o m\u00e1ximo de informa\u00e7\u00f5es para subsidiar a tomada de decis\u00f5es\u201d, disse Almeida.<\/p>\n

O especialista ainda pontua que o caso exp\u00f5e uma \u201cguerra de narrativas\u201d entre pa\u00edses que buscam um posicionamento mais favor\u00e1vel na mesa de negocia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cEvidentemente, o Paraguai tentar\u00e1, com base nesse factoide, criar uma situa\u00e7\u00e3o embara\u00e7osa para o Brasil a fim de obter alguma vantagem nas negocia\u00e7\u00f5es. No entanto, acredito que a rela\u00e7\u00e3o entre os pa\u00edses, passado esse momento, n\u00e3o enfrentar\u00e1 desafios ou problemas mais severos\u201d, analisa.<\/p>\n

Ainda segundo ele, \u00e9 natural que a Abin atue na prote\u00e7\u00e3o dos interesses nacionais, especialmente em negocia\u00e7\u00f5es envolvendo ativos estrat\u00e9gicos como Itaipu.<\/p>\n

\u201cEntendo que a Ag\u00eancia Brasileira de Intelig\u00eancia n\u00e3o extrapolou suas fun\u00e7\u00f5es, tendo em vista que o Brasil deve, evidentemente, resguardar seus interesses em negocia\u00e7\u00f5es comerciais. Como o Paraguai \u00e9 um pa\u00eds s\u00f3cio do Brasil na usina de Itaipu \u2014 que, por isso mesmo, se chama binacional \u2014, n\u00e3o vejo nenhuma interfer\u00eancia indevida. Isso s\u00f3 ocorreria se tratasse de algo alheio aos interesses do Brasil ou de quest\u00f5es envolvendo outras na\u00e7\u00f5es que n\u00e3o a brasileira.\u201d<\/p>\n

Desde o fim da Guerra do Paraguai, as rela\u00e7\u00f5es entre os dois pa\u00edses t\u00eam sido marcadas por estabilidade e coopera\u00e7\u00e3o. A presen\u00e7a crescente de investimentos brasileiros no Paraguai e a integra\u00e7\u00e3o comercial por meio do Mercosul sustentam um ambiente diplom\u00e1tico que, na vis\u00e3o de Almeida, deve prevalecer. \u201cPassado o impacto inicial, n\u00e3o acredito que o epis\u00f3dio comprometa as rela\u00e7\u00f5es de longo prazo.\u201d<\/p>\n

Se, por um lado, o Brasil enfrenta cr\u00edticas, por outro, consolida sua atua\u00e7\u00e3o estrat\u00e9gica no tabuleiro internacional \u2014 mesmo que isso custe uma dor de cabe\u00e7a diplom\u00e1tica com um dos seus parceiros mais pr\u00f3ximos.<\/p>\n