{"id":123665,"date":"2025-04-03T12:40:18","date_gmt":"2025-04-03T15:40:18","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia7.jornalfloripa.com.br\/agencia7\/123665"},"modified":"2025-04-03T12:40:18","modified_gmt":"2025-04-03T15:40:18","slug":"brasil-melhor-no-relativo-mas-sofrera-com-piora-global-o-impacto-da-tarifa-de-trump","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia7.jornalfloripa.com.br\/agencia7\/123665","title":{"rendered":"Brasil melhor no relativo, mas sofrer\u00e1 com piora global: o impacto da tarifa de Trump"},"content":{"rendered":"
A rea\u00e7\u00e3o do mercado brasileiro a princ\u00edpio positiva ap\u00f3s o \u201cDia da Liberta\u00e7\u00e3o\u201d de Donald Trump com an\u00fancio de tarifas rec\u00edprocas pode levar a uma vis\u00e3o de que o impacto ser\u00e1 positivo para a economia brasileira, ainda que de forma indireta. Contudo, as incertezas ainda devem dar a t\u00f4nica e abalar as perspectivas de crescimento global, o que invariavelmente afeta as perspectivas de crescimento econ\u00f4mico para o pa\u00eds.<\/p>\n<\/p>\n
A tarifa-base de 10% estabelecida para o Brasil (a m\u00ednima estabelecida entre os mais diversos pa\u00edses<\/a>) foi vista como positiva em termos relativos para o pa\u00eds, ainda que a medida no geral seja vista como negativa em termos absolutos.<\/p>\n<\/p>\n Em relat\u00f3rio<\/a>, a equipe de estrat\u00e9gia da XP aponta a vis\u00e3o de que as tarifas impostas ao Brasil foram mais brandas do que as direcionadas a outros pa\u00edses. \u201cNo entanto, permanecem riscos relevantes, como a tarifa base de 10% sobre todas as importa\u00e7\u00f5es, que pode afetar importantes produtos exportados para os EUA\u201d, avaliam os estrategistas da XP.<\/p>\n<\/p>\n Al\u00e9m disso, pode haver um foco maior da China em investimentos estrat\u00e9gicos <\/strong>em infraestrutura no Brasil e na Am\u00e9rica Latina. A China ampliou, desde o ano 2000, significativamente seu investimento estrangeiro direto na regi\u00e3o, com um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 16,3% em 20 anos, somando US$ 73,3 bilh\u00f5es em investimentos em infraestrutura no Brasil entre 2007 e 2023, distribu\u00eddos em 264 projetos, segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). <\/p>\n<\/p>\n J\u00e1 as tarifas sobre o Brasil menos severas <\/strong>em compara\u00e7\u00e3o com o restante do mundo podem posicionar o pa\u00eds como menos exposto ao risco tarif\u00e1rio, favorecendo a continuidade da rota\u00e7\u00e3o de fluxos de capital para fora dos EUA.<\/p>\n<\/p>\n Para Luis Stuhlberger,<\/a> presidente e chefe de investimentos da prestigiada gestora Verde Asset, o Brasil foi \u201cmuito beneficiado\u201d pelos impactos do tarifa\u00e7o. \u201cO Brasil saiu muito beneficiado dessa hist\u00f3ria, porque como a gente tem uma balan\u00e7a comercial equilibrada para os EUA, essa conta, essa m\u00e9trica, d\u00e1 zero. Zero de tarifa. Quem d\u00e1 zero tem o m\u00ednimo de 10%\u201d, afirmou o executivo em evento de lan\u00e7amento de fundo de previd\u00eancia privada multimercado Verde Icatu. \u201cResta saber se o Brasil vai saber aproveitar essa oportunidade\u201d, acrescentou.<\/p>\n<\/p>\n Lucas Farina, analista de economia da Genial Investimentos, tamb\u00e9m aponta como positivo o Brasil, fortuitamente, ter ficado no grupo de pa\u00edses que foi impactado pela al\u00edquota m\u00ednima de 10%, junto com outros fortes aliados dos EUA como o Reino Unido, Cingapura, Chile, Austr\u00e1lia e Nova Zel\u00e2ndia.<\/p>\n<\/p>\n Leia mais:<\/strong><\/p>\n \u201cA despeito dessa surpresa positiva para o caso brasileiro, as maiores vantagens podem ser colhidas nos efeitos secund\u00e1rios, com a boa situa\u00e7\u00e3o relativa do Brasil podendo se refletir em ganho de market share<\/em> das exporta\u00e7\u00f5es do pa\u00eds no mercado global. Adicionalmente, o timing <\/em>\u00e9 ben\u00e9fico dado o mau momento vivido pela balan\u00e7a comercial brasileira, que vem pesando sobre o saldo em transa\u00e7\u00f5es correntes\u201d, avalia Farina. <\/p>\n<\/p>\n Pontos negativos<\/strong><\/p>\n<\/p>\n Por outro lado, dentre os pontos negativos<\/strong>, a tarifa base proposta de 10%<\/strong> sobre todas as importa\u00e7\u00f5es pode impactar os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA<\/strong>. Dentre eles, petr\u00f3leo bruto, a\u00e7o semiacabado e caf\u00e9. <\/p>\n<\/p>\n Enquanto isso, o fortalecimento das rela\u00e7\u00f5es estrat\u00e9gicas entre Brasil e China<\/strong> pode gerar barreiras comerciais<\/strong>. Os estrategistas ressaltam o hist\u00f3rico dos EUA de ado\u00e7\u00e3o de medidas comerciais contra o Brasil, como disputas anteriores envolvendo tarifas sobre o a\u00e7o e cotas para o etanol. Uma maior aproxima\u00e7\u00e3o entre Brasil e China pode afetar os fluxos comerciais e de investimento direto.<\/p>\n<\/p>\n A XP tamb\u00e9m ressalta que uma guerra comercial prolongada <\/strong>pode levar a uma desacelera\u00e7\u00e3o mais aguda nas economias dos EUA e global.<\/strong> <\/p>\n<\/p>\n \u00c9 nesse sentido que residem algumas das principais preocupa\u00e7\u00f5es p\u00f3s-tarifa\u00e7o do Trump. Para a equipe econ\u00f4mica do Bradesco<\/strong>, as tarifas rec\u00edprocas no geral maiores do que o esperado ter\u00e3o impactos relevantes para a economia norte-americana, mesmo sem retalia\u00e7\u00e3o dos outros pa\u00edses. <\/p>\n<\/p>\n O banco estima alguns impactos iniciais, ainda com incerteza sobre alguns detalhes do an\u00fancio e sem conhecer as medidas que os outros pa\u00edses podem adotar. A eleva\u00e7\u00e3o da tarifa m\u00e9dia para 24%, reduziria o PIB dos EUA de 2% para at\u00e9 0% em 2025. Ao mesmo tempo, o impacto sobre a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 da ordem de 1 ponto percentual (p.p.), levando a estimativa para o n\u00facleo do PCE (medida de infla\u00e7\u00e3o ao consumidor preferida do Fed) de 2,5% para 3,6%. <\/p>\n<\/p>\n Em um exerc\u00edcio tamb\u00e9m inicial, o PIB global pode ceder de 3,1% para 2,5%<\/strong>. \u201cEssas contas s\u00e3o muito dependentes das rea\u00e7\u00f5es dos outros pa\u00edses, como eventuais novos acordos comerciais e retalia\u00e7\u00f5es, bem como dependem das elasticidade da demanda, efeito substitui\u00e7\u00e3o e compress\u00e3o de margens corporativas\u201d, avalia o banco. <\/p>\n<\/p>\n Assim, aponta, o efeito de um menor PIB global poderia retirar 0,5 p.p. do PIB brasileiro,<\/strong> considerando a rela\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica entre o crescimento global e o dom\u00e9stico. \u201cMas o efeito final depender\u00e1 do vi\u00e9s de alta que v\u00ednhamos observando no primeiro trimestre, medidas de est\u00edmulos do governo que vinham sendo adotadas e condi\u00e7\u00f5es financeiras globais\u201d, avaliam os economistas, n\u00e3o mudando por enquanto as suas proje\u00e7\u00f5es. <\/p>\n \n Para embaixador, fato de o pa\u00eds ser deficit\u00e1rio no com\u00e9rcio com os Estados Unidos pode ter ajudado na defini\u00e7\u00e3o de sobretaxa de 10% anunciada nesta quarta (2)<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n <\/a><\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n J\u00e1 os impactos sobre a infla\u00e7\u00e3o brasileira s\u00e3o bastante complexos de estimar. Na vis\u00e3o dos economistas, o PIB menor poderia retirar 0,15 p.p. da infla\u00e7\u00e3o (IPCA), em um exerc\u00edcio parcial, que n\u00e3o considera eventuais impactos no c\u00e2mbio e nem nos pre\u00e7os globais dos produtos importados. <\/p>\n<\/p>\n Com as restri\u00e7\u00f5es de com\u00e9rcio com os EUA, \u00e9 prov\u00e1vel que haja uma redu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os de bens importados por n\u00f3s, especialmente de produtos vindos da \u00c1sia, mas valem as mesmas ressalvas feitas \u00e0s simula\u00e7\u00f5es para o crescimento.<\/p>\n<\/p>\n The post Brasil melhor no relativo, mas sofrer\u00e1 com piora global: o impacto da tarifa de Trump<\/a> appeared first on InfoMoney<\/a>.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A rea\u00e7\u00e3o do mercado brasileiro a princ\u00edpio positiva ap\u00f3s o \u201cDia da Liberta\u00e7\u00e3o\u201d de Donald Trump com an\u00fancio de tarifas rec\u00edprocas pode levar a uma vis\u00e3o de que o impacto ser\u00e1 positivo para a economia brasileira, ainda que de forma indireta. Contudo, as incertezas ainda devem dar a t\u00f4nica e… Continue lendo Entre os pontos positivos, a XP ressalta que setores exportadores de commodities<\/strong>, como o Agro, podem se beneficiar de uma guerra comercial<\/strong>, uma vez que os pa\u00edses tendem a retaliar as medidas dos EUA. Os estrategistas ressaltam que, entre 2018 e 2020, durante a guerra comercial entre EUA e China, a demanda chinesa por commodities migrou dos EUA para o Brasil, beneficiando produtos como soja e milho. <\/h1>\n<\/p>\n
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Tarifas de Trump: \u201cBrasil se saiu bem\u201d ante outros pa\u00edses, diz ex-OMC Roberto Azev\u00eado<\/h3>\n