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O movimento de baixa das taxas futuras no Brasil \u2014 acompanhando a derrocada dos yields dos Treasuries no exterior \u2014 foi amplificado pela disparada de ordens de stop loss (parada de perdas) ao longo da curva.<\/p>\n

No fim da tarde a taxa do DI (Dep\u00f3sito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 \u2014 um dos mais l\u00edquidos no curto prazo \u2014 estava em 14,79%, ante o ajuste de 15,006% da sess\u00e3o anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,415%, em baixa de 43 pontos-base ante o ajuste de 14,847%.<\/p>\n

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,43%, em baixa de 34 pontos-base ante 14,774% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,51%, ante 14,8%.<\/p>\n

No fim da tarde de quarta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa b\u00e1sica de 10% a ser aplicada sobre todas as importa\u00e7\u00f5es dos EUA, al\u00e9m de taxas mais altas para alguns dos principais parceiros comerciais do pa\u00eds. A taxa para o Brasil \u00e9 de 10%, enquanto a China ficou com 34%, a Coreia do Sul com 25%, o Jap\u00e3o com 24% e a Uni\u00e3o Europeia com 20%, entre outros.<\/p>\n

O pacote de Trump foi mais r\u00edgido que o esperado e surpreendeu investidores ao redor do mundo, com analistas avaliando que a tarifa\u00e7\u00e3o aumenta as chances de recess\u00e3o nos Estados Unidos, com impactos sobre o crescimento global.<\/p>\n

\u201cOs mercados reagiram muito mal ao an\u00fancio. Havia a expectativa de que as tarifas seriam uniformes para todos os pa\u00edses, devido a sua f\u00e1cil implementa\u00e7\u00e3o, e foi algo ventilado por membros do alto escal\u00e3o do governo Trump ao longo da semana\u201d, escreveram Andr\u00e9 Val\u00e9rio, economista s\u00eanior, e Rafaela Vit\u00f3ria, economista-chefe do Inter, em coment\u00e1rio enviado a clientes.<\/p>\n

\u201cCom o an\u00fancio das tarifas efetivas, tanto os juros americanos quanto o d\u00f3lar ca\u00edram fortemente\u201d, acrescentaram.<\/p>\n

No Brasil, isso se traduziu na queda firme do d\u00f3lar ante o real \u2014 para abaixo de R$5,60 no mercado \u00e0 vista em alguns momentos \u2014 e no recuo forte das taxas futuras ao longo da curva, acompanhando o c\u00e2mbio e a baixa dos yields dos Treasuries.<\/p>\n

Operador de um banco de investimentos ouvido pela Reuters chamou a aten\u00e7\u00e3o ainda para a disparada de ordens de stop loss na curva brasileira, em um dia de muita inseguran\u00e7a sobre o futuro da taxa b\u00e1sica Selic no Brasil, considerando o cen\u00e1rio externo.<\/p>\n

\u201cDe modo geral, a medida (dos EUA) \u00e9 negativa tanto para a economia americana quanto para a economia global, pois tende a pressionar a infla\u00e7\u00e3o e desacelerar o crescimento econ\u00f4mico\u201d, disse Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa econ\u00f4mica do banco Pine, em coment\u00e1rio a clientes.<\/p>\n

\u201cPara o Brasil, a tarifa imposta foi de 10%, a menor entre todas definidas pela administra\u00e7\u00e3o Trump. Como alguns de nossos concorrentes foram alvo de tarifas mais elevadas, o an\u00fancio tem efeito relativamente positivo \u2014 ou menos negativo \u2014 para o pa\u00eds\u201d, avaliou.<\/p>\n

Este efeito se traduziu na m\u00ednima de 14,14% para a taxa do DI de janeiro de 2028 \u00e0s 16h14, em queda de 48 pontos-base ante o ajuste da v\u00e9spera.<\/p>\n

No mercado, uma das avalia\u00e7\u00f5es era de que o pacote de tarifas de Trump, ao pressionar a economia norte-americana, pode levar o Federal Reserve a promover mais cortes de juros este ano. No limite, isso pode criar condi\u00e7\u00f5es para que o Banco Central do Brasil promova uma \u00faltima alta da Selic em maio, encerrando a\u00ed o atual ciclo de eleva\u00e7\u00f5es. O d\u00f3lar seria outro fator favor\u00e1vel a uma Selic n\u00e3o t\u00e3o alta, j\u00e1 que a queda das cota\u00e7\u00f5es significa al\u00edvio para a infla\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Perto do fechamento desta quinta-feira a curva a termo precificava 80% de chances de alta de 50 pontos-base da Selic em maio. Atualmente a Selic est\u00e1 em 14,25% ao ano.<\/p>\n

No exterior, \u00e0s 16h52, o rendimento do Treasury de dez anos \u2013refer\u00eancia global para decis\u00f5es de investimento\u2013 ca\u00eda 14 pontos-base, a 4,055%.<\/p>\n

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