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Comparados a outros primatas vivos, os humanos contempor\u00e2neos apresentam pouca diversidade gen\u00e9tica. H\u00e1 d\u00e9cadas, pesquisadores suspeitam que isso tenha ocorrido porque nossos ancestrais passaram por um gargalo populacional, uma quase extin\u00e7\u00e3o. O estudo revela que, at\u00e9 um milh\u00e3o de anos atr\u00e1s, nossos ancestrais ca\u00e7avam em pequenos grupos e coletavam seu alimento com ferramentas de pedra sofisticadas. Ent\u00e3o, algo dram\u00e1tico aconteceu.<\/p>\n

Os cientistas sabem quanto tempo leva em m\u00e9dia para que muta\u00e7\u00f5es se acumulem em nossos genes e, observando varia\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas em diferentes popula\u00e7\u00f5es, conseguem estimar quando esses grupos divergiram. Os pesquisadores podem, assim, retroceder no tempo para investigar quando ocorreram eventos importantes na forma\u00e7\u00e3o das popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Os cientistas desenvolveram uma nova abordagem estat\u00edstica e para reduzir os custos de computa\u00e7\u00e3o e os erros associados ao retroceder tanto no tempo, o modelo utiliza apenas um subconjunto de genes para estimar o tamanho populacional em diferentes momentos.<\/p>\n

Usando esse m\u00e9todo, eles calcularam quando mudan\u00e7as gen\u00e9ticas surgiram nos genomas previamente sequenciados de 3.154 indiv\u00edduos de 10 popula\u00e7\u00f5es africanas modernas e 40 popula\u00e7\u00f5es n\u00e3o africanas modernas. O tamanho e a hist\u00f3ria populacional afetam a acumula\u00e7\u00e3o dessas mudan\u00e7as, permitindo aos cientistas analisar quantas viviam em diferentes momentos.<\/p>\n

Ao analisar as linhas do tempo, descobriram um decl\u00ednio muito acentuado de, aproximadamente, 99% na popula\u00e7\u00e3o reprodutiva de nossos ancestrais, h\u00e1 cerca de 930 mil anos. O n\u00famero de casais reprodutores despencou de, pelo menos, 100 mil para 1.280. A popula\u00e7\u00e3o total, incluindo crian\u00e7as e idosos, teria sido maior. Os n\u00fameros baixos persistiram at\u00e9 cerca de 813 mil anos atr\u00e1s, quando a popula\u00e7\u00e3o come\u00e7ou a crescer novamente.<\/p>\n

Ainda n\u00e3o est\u00e1 claro o que levou nossa esp\u00e9cie \u00e0 beira da extin\u00e7\u00e3o, poderia ser longos per\u00edodos de glacia\u00e7\u00e3o, resfriamento da temperatura da superf\u00edcie do mar ou secas. Tamb\u00e9m n\u00e3o se sabe o porqu\u00ea da expans\u00e3o, poderia ser o uso do fogo?<\/p>\n

Em outros estudos de f\u00f3sseis, das mudan\u00e7as morfol\u00f3gicas como cr\u00e2nio e forma de dente, sugere-se que as linhagens humanas j\u00e1 haviam divergido antes do gargalo, ou seja, os neandertais e os denisovanos n\u00e3o sofreram, passaram pelo gargalo. Tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel recuperar DNA antigo com os m\u00e9todos que se disp\u00f5e atualmente, DNA homin\u00eddeo mais antigo j\u00e1 recuperado tem 400 mil anos.<\/p>\n

Sobrevivemos em um passado distante, mas n\u00e3o sobreviveremos se n\u00e3o mudarmos, agora, nossas atitudes frente ao meio ambiente, ao clima e a n\u00f3s mesmos.<\/p>\n

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