No dia 8 de mar\u00e7o de 1857, em Nova York, um grupo de mulheres realizou uma manifesta\u00e7\u00e3o exigindo melhores condi\u00e7\u00f5es de trabalho e igualdade de diretos. O inusitado aconteceu: durante o protesto ocorreu um inc\u00eandio na f\u00e1brica onde estavam trabalhando, resultando na morte de dezenas de mulheres. O evento serviu de catalisador para atos posteriores na busca de igualdade de g\u00eanero em todo o mundo.<\/p>\n
Posteriormente, durante a Segunda Confer\u00eancia Internacional das Mulheres Socialistas, em 1910, foi proposta a cria\u00e7\u00e3o de um dia internacional para celebrar as conquistas sociais, pol\u00edticas e econ\u00f4micas das mulheres, sem, no entanto, renunciar a outras lutas que estavam em curso pela igualdade de g\u00eanero. A partir da\u00ed, o 8 de mar\u00e7o se consolidou como a data para reconhecer e honrar as contribui\u00e7\u00f5es das mulheres e destacar os desafios que ainda enfrentam pelo mundo afora.<\/p>\n
E n\u00e3o s\u00e3o poucos. Mesmo com not\u00e1veis avan\u00e7os, frutos dessas e outras lutas, ainda h\u00e1 um longo percurso a percorrer, pois, em pleno s\u00e9culo XXI, ainda h\u00e1 regi\u00f5es nas quais s\u00e3o prec\u00e1rias as condi\u00e7\u00f5es das mulheres. Some-se a esses fatos a viol\u00eancia de g\u00eanero, uma quest\u00e3o grave que exige a\u00e7\u00f5es permanentes.<\/p>\n
Os n\u00fameros ainda registram uma sub-representa\u00e7\u00e3o de mulheres em cargos de lideran\u00e7a, agravada pela disparidade salarial no mercado de trabalho.
\nA data, como ficou estabelecido na sua g\u00eanese, serve para celebrar, mas tamb\u00e9m para refletir sobre o que \u00e9 preciso ser feito para equilibrar o jogo. Um expressivo contingente feminino ainda enfrenta dificuldades para conciliar suas responsabilidades profissionais com as responsabilidades familiares e dom\u00e9sticas, devido \u00e0 falta de pol\u00edticas de licen\u00e7a parental adequadas, creches acess\u00edveis e cultura organizacional que valorize o equil\u00edbrio entre a vida profissional e pessoal.<\/p>\n
Discrimina\u00e7\u00e3o e preconceito ainda fazem parte dessa sociedade p\u00f3s-moderna que acumula posturas medievais dentro e fora do mercado de trabalho, no qual o ass\u00e9dio \u00e9 um dado real, gerando, em muitas institui\u00e7\u00f5es, um ambiente hostil, com reflexos no bem-estar f\u00edsico e emocional das v\u00edtimas.
\nE mais: a cada quatro horas, uma mulher \u00e9 agredida, e pelo menos uma morre todos os dias v\u00edtima da viol\u00eancia, de acordo com a Rede de<\/p>\n
Observat\u00f3rios da Seguran\u00e7a. O relat\u00f3rio \u201cElas vivem\u201d aponta que a maior parte das agress\u00f5es \u00e9 cometida dentro de casa, por maridos, namorados, companheiros e ex-companheiros.<\/p>\n
Os setores p\u00fablico e privado devem adotar pol\u00edticas de igualdade de g\u00eanero no trabalho para mudar essa situa\u00e7\u00e3o. Isso inclui a\u00e7\u00f5es afirmativas, metas de diversidade, programas de mentorias e coaching para mulheres, al\u00e9m da constru\u00e7\u00e3o de ambientes inclusivos.<\/p>\n
Em Juiz de Fora foram realizadas v\u00e1rias a\u00e7\u00f5es para fomentar o empreendedorismo feminino, com palestras e programas de capacita\u00e7\u00e3o e financiamento, mas devem ser projetos permanentes que n\u00e3o se esgotam no m\u00eas em que se celebra a data internacional.<\/p>\n
N\u00e3o menos relevante, \u00e9 fundamental investir em programas de educa\u00e7\u00e3o e conscientiza\u00e7\u00e3o sobre a igualdade de g\u00eanero e combate \u00e0 viol\u00eancia contra as mulheres, tanto nas escolas quanto nas empresas. A cultura de respeito e inclus\u00e3o \u00e9 prioridade.<\/p>\n
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