{"id":918,"date":"2024-03-08T13:16:54","date_gmt":"2024-03-08T16:16:54","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia7.jornalfloripa.com.br\/agencia7\/918"},"modified":"2024-03-08T13:16:54","modified_gmt":"2024-03-08T16:16:54","slug":"salario-politica-e-tarefas-de-casa-ibge-mostra-desigualdade-entre-mulheres-e-homens","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia7.jornalfloripa.com.br\/agencia7\/918","title":{"rendered":"Sal\u00e1rio, pol\u00edtica e tarefas de casa: IBGE mostra desigualdade entre mulheres e homens"},"content":{"rendered":"
O Brasil \u00e9 um pa\u00eds marcado por uma profunda desigualdade de g\u00eanero, como revela a pesquisa Estat\u00edsticas de G\u00eanero, Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE<\/a>), divulgada nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Apesar de haver uma ligeira melhoria em alguns indicativos, o sexo feminino ainda est\u00e1 em grande desvantagem em rela\u00e7\u00e3o ao masculino. A situa\u00e7\u00e3o \u00e9 ainda pior para as negras.<\/p>\n Embora sejam maioria entre os formados na faculdade, as mulheres recebem 79% do sal\u00e1rio dos homens. Isso ocorre porque, entre outras coisas, elas costumam trabalhar expedientes menores justamente porque perdem quase dez horas a mais do que seus parceiros em tarefas dom\u00e9sticas n\u00e3o remuneradas.<\/p>\n Um outro indicador importante que aponta para um quadro de grande desigualdade \u00e9 o fato de o Brasil ser o 133\u00ba colocado no ranking de presen\u00e7a feminina no Parlamento, atr\u00e1s de pa\u00edses como Bol\u00edvia e Senegal.<\/p>\n Entre a popula\u00e7\u00e3o com 25 anos ou mais de idade, 35,5% dos homens n\u00e3o tinham instru\u00e7\u00e3o ou possu\u00edam apenas o fundamental incompleto, contra 32,7% das mulheres, de acordo com n\u00fameros de 2022. Por outro lado, a propor\u00e7\u00e3o de pessoas com n\u00edvel superior completo foi de 16,8% entre as do sexo masculino e 21,3% entre as do sexo feminino.<\/p>\n Dados internacionais, da Organiza\u00e7\u00e3o de Coopera\u00e7\u00e3o e Desenvolvimento Econ\u00f4mico (OCDE) reunidos pelo IBGE no novo trabalho evidenciam que a situa\u00e7\u00e3o mais favor\u00e1vel \u00e0s mulheres em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 conclus\u00e3o do ensino superior \u00e9 comum para a grande maioria dos pa\u00edses membros e parceiros, com exce\u00e7\u00e3o da \u00cdndia, \u00fanico onde os homens apresentam porcentual maior que o das mulheres.<\/p>\n Em compara\u00e7\u00e3o aos outros pa\u00edses, o Brasil n\u00e3o aparece bem. O Pa\u00eds \u00e9 o quarto com menor porcentual de mulheres no ensino superior, com menos da metade do percentual alcan\u00e7ado pela m\u00e9dia da OCDE (53,8%). Para se ter uma ideia, na Coreia do Sul, primeira do ranking internacional, o porcentual de mulheres com n\u00edvel superior completo \u00e9 de 60%.<\/p>\n Embora as mulheres estejam \u00e0 frente dos homens nos indicadores educacionais, isso n\u00e3o se reflete ainda no mercado de trabalho e na remunera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n \u201cO indicador de n\u00famero m\u00e9dio de horas semanais dedicadas aos cuidados de pessoas e\/ou afazeres dom\u00e9sticos \u00e9 de extrema import\u00e2ncia para dar visibilidade ao trabalho n\u00e3o remunerado, realizado, principalmente, pelas mulheres\u201d, afirmaram os pesquisadores no trabalho.<\/p>\n No Brasil, em 2022, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas e\/ou afazeres dom\u00e9sticos quase o dobro de tempo que os homens (21,3 horas contra 11,7 horas).<\/p>\n \u201cEsse n\u00famero \u00e9 basicamente o mesmo ao longo da s\u00e9rie hist\u00f3rica, desde 2016, dez horas de diferen\u00e7a para as tarefas n\u00e3o remuneradas\u201d, afirmou a pesquisadora B\u00e1rbara Cobo, do IBGE. \u201cA situa\u00e7\u00e3o \u00e9 pior no Nordeste e entre as pretas e pardas.\u201d<\/p>\n O recorte por cor ou ra\u00e7a indica, por sua vez, que as mulheres pretas ou pardas estavam ainda mais envolvidas com o trabalho dom\u00e9stico n\u00e3o remunerado que as mulheres brancas (1,6 hora a mais), enquanto para os homens a cor e a ra\u00e7a declarada n\u00e3o afetou a dedica\u00e7\u00e3o a essas atividades.<\/p>\n A maior dedica\u00e7\u00e3o \u00e0s atividades de cuidados de pessoas e\/ou afazeres dom\u00e9sticos acaba por restringir uma participa\u00e7\u00e3o mais ampla das mulheres no mercado de trabalho.<\/p>\n Em 2022, a taxa de participa\u00e7\u00e3o das mulheres com 15 anos ou mais de idade no mercado de trabalho (ocupadas ou em busca de trabalho e dispon\u00edveis para trabalhar) foi de 53,3%, enquanto entre os homens esta medida chegou a 73,2%, em m\u00e9dia, uma diferen\u00e7a de 19,8 pontos porcentuais.<\/p>\n Dados do mesmo ano mostram que 28,0% delas estavam ocupadas em tempo parcial (de at\u00e9 30 horas semanais), quase o dobro (14,4%) do verificado para os homens.<\/p>\n As caracter\u00edsticas de inser\u00e7\u00e3o no mercado de trabalho tamb\u00e9m impactaram o rendimento das mulheres que, em 2022, foi equivalente a 78,9% do rendimento dos homens. Entre pessoas com defici\u00eancia, a desigualdade foi ainda maior, com mulheres recebendo cerca de 72% dos homens.<\/p>\n A desigualdade de rendimentos era maior entre os profissionais das ci\u00eancias e intelectuais, grupo nos quais as mulheres receberam 63,3% do rendimento dos homens. Da mesma forma, entre os diretores e gerentes, grupo que possui trabalhadores entre aqueles com os maiores rendimentos m\u00e9dios do Pa\u00eds, as mulheres receberam 73,9% do rendimento dos homens.<\/p>\n \u201cAssegurar \u00e0s mulheres igualdade de acesso \u00e0s estruturas de poder e aos processos de tomada de decis\u00e3o \u00e9 imperioso para o equil\u00edbrio das rela\u00e7\u00f5es de poder entre mulheres e homens\u201d, apontam os pesquisadores no novo trabalho.<\/p>\n \u201cEm outras palavras, as mulheres devem ter oportunidades e efetivamente participar da vida p\u00fablica, em seus campos c\u00edvico e pol\u00edtico, assumindo posi\u00e7\u00f5es de lideran\u00e7a tanto no setor p\u00fablico, quanto no setor privado, rumo \u00e0 paridade de participa\u00e7\u00e3o em todos os espa\u00e7os.\u201d<\/p>\n Um dos indicadores para o monitoramento dessa meta \u00e9 a propor\u00e7\u00e3o de cadeiras ocupadas por mulheres nos governos locais. Apesar de as mulheres corresponderem a 52,7% do eleitorado e do aumento recente da representatividade na C\u00e2mara Federal (de 14,8%, em setembro de 2020, para 17,9% de deputadas federais em exerc\u00edcio em novembro de 2023), o Brasil encontra-se na 133.\u00aa posi\u00e7\u00e3o de um ranking com dados para 186 pa\u00edses, sendo o \u00faltimo colocado entre os pa\u00edses da Am\u00e9rica Latina.<\/p>\n Em 24 de novembro de 2023, dos 38 cargos ministeriais, apenas nove eram ocupados por mulheres. Ainda que esse n\u00famero fosse 8,7%, em 2020, passando para 23,7%, em 2023, as mulheres seguem subrepresentadas nesse importante espa\u00e7o de lideran\u00e7a no planejamento e execu\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas em n\u00edvel nacional.<\/p>\n O post Sal\u00e1rio, pol\u00edtica e tarefas de casa: IBGE mostra desigualdade entre mulheres e homens<\/a> apareceu primeiro em Tribuna de Minas<\/a>.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O Brasil \u00e9 um pa\u00eds marcado por uma profunda desigualdade de g\u00eanero, como revela a pesquisa Estat\u00edsticas de G\u00eanero, Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Apesar de haver uma ligeira melhoria em alguns indicativos,… Continue lendo \n
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