Karla Sofía já reclamou de críticas ao colonialismo espanhol: “Não roubei ninguém”

A atriz Karla Sofía Gascón, de “Emilia Pérez”. Foto: reprodução

Após os brasileiros investigarem as redes sociais de Karla Sofía Gascón, atriz do filme “Emilia Pérez” que atacou Fernanda Torres pela corrida ao Oscar, os usuários de outros países também foram afundo nas falas preconceituosas da artista espanhola. Um perfil mexicano encontrou um texto de Gascón, publicado em 2020, em que ela se revolta com as críticas feitas à colonização imposta por seu país.

Na publicação, a atriz diz que os protestos contra a colonização iniciada no Século XV seria uma “historinha latino-americana que enfiam na cabeça de todos desde cedo”, e que ela estaria cansa de dizer que os espanhóis foram “roubar” os países da América.

Karla Sofía também diz que o Papa deveria ser “honesto” sobre esse assunto e que apenas quem vive nos países latinos “são descendentes daqueles que tanto odeiam”.  “pelo que eu sei, García, Márquez, López, Baena, Aparicio, Ramírez não são sobrenomes toltecas”, disse em referência ao povo que viveu na Colômbia antes da chegada de espanhóis. “Nomes como Mayte, Rosa, Alejandra, Alfredo, José não são suecos”, ironizou.

Contradizendo-se, ela ainda disse que ninguém impôs a cultura espanhola nos países latino-americanos para, na sequência, escreveu que “houve uma luta de civilizações na qual sempre prevaleceu o mais forte ao longo da história, nada mais, que estabeleceu sua cultura por toda parte, como sempre”. Ela ainda pediu para culparem os romanos por disseminarem a cultura cristã na Península Ibérica.

“Já chega desse ódio estúpido internalizado, no qual, quando se referem a alguém originário da Península Ibérica, tentam fazê-lo se sentir culpado pelos problemas que SEUS tataravós, tatatatataravós ou sei lá o que fizeram”, argumentou.

No fim da publicação, ela se esquivou de críticas sobre o colonialismo, alegando que nenhum parente ou conhecido dela roubou alguma coisa do continente americano para, depois, chamar os protestos anti-Espanha de besteiras e bobagens. Veja a tradução do post no fim da matéria.

Críticas mexicanas

Antes de acirrar a rivalidade com brasileiros, o filme “Emilia Pérez” já havia causado revolta no México. Isso porque o musical dirigido pelo francês Jacques Audiard conta com um elenco sem representação mexicana para representar a cultura local.

Além disso, as atrizes estadunidenses famosas por filmes de Hollywood como Zöe Saldaña e Selena Gomez, não fluentes em espanhol, precisaram forçar um sotaque que nada se assemelha ao jeito mexicano de se comunicar.

Quando o filme foi lançado, os moradores do país vizinho aos Estados Unidos também reclamaram do estereótipo retratado no drama. Em sua defesa, Audiard alegou que não precisava viajar ao México para conhecer a cultura do país, e que não escolheu atores mexicanos por não encontrar bons profissionais por lá.

Tradução do post de Karla Sofía Gascón:

Cansei dessa historinha latino-americana que enfiam na cabeça de todos desde cedo em todos os países: espanhóis muito maus que vieram para NOS IMPOR e nos roubar.

JÁ CHEGA!

Assim como o Papa deveria ser honesto e dizer a verdade de uma vez por todas, “os reis magos são os pais”, alguém deveria ter a coragem de dizer a verdade sobre a América.

Vocês, VOCÊS, só vocês, são os descendentes daqueles que tanto ódio lhes incutiram. Olhem para seus sobrenomes, seus nomes; pelo que eu sei, García, Márquez, López, Baena, Aparicio, Ramírez, etc., não são sobrenomes toltecas, e nomes como Mayte, Rosa, Alejandra, Alfredo, José, etc., etc., não são suecos.

A vocês ninguém impôs nada, isso sim, enganaram vocês a vida toda; quando os dois mundos se encontraram, houve uma luta de civilizações na qual sempre prevaleceu o mais forte ao longo da história, nada mais, que estabeleceu sua cultura por toda parte, como sempre; se querem culpar alguém, culpem os romanos, se quiserem, que foram os que impuseram sua cultura antes na península.

Já chega desse ódio estúpido internalizado, no qual, quando se referem a alguém originário da península ibérica, tentam fazê-lo se sentir culpado pelos problemas que SEUS tataravós, tatatatataravós ou sei lá o que fizeram.

A mim, me deixem em paz com os traumas de vocês, nem eu, nem minha família, nem nenhuma das milhares que conheço, a vocês ninguém roubou nada além de vocês mesmos, que não sabem nem o que são, e muito menos lhes impuseram uma religião, pelo que eu sei, vocês são LIVRES para escolher neste momento da história, assim como eu, EU ESCOLHO NÃO ACREDITAR MAIS EM CONTOS DE NINGUÉM, QUERO VIVER NO ESPAÇO-TEMPO QUE ME CABEEEEE.

JÁ CHEGA DE BESTEIRAS.
JÁ CHEGA DE BOBAGENS.

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