Plano de Trump para Gaza racha republicanos: “Votamos pela América em primeiro”

Donald Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu posando para foto
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu – Reprodução/Reuters

A sugestão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o país assuma o controle da Faixa de Gaza causou controvérsia dentro do Partido Republicano e recebeu dura reação da comunidade internacional. Enquanto alguns parlamentares classificaram a ideia como “ousada e decisiva”, outros expressaram ceticismo e mantiveram apoio à solução de dois Estados para Israel e Palestina. Com informações do g1.

Durante um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na terça-feira (4), Trump sugeriu que os Estados Unidos “assumissem o controle de Gaza” e transformassem a região em uma “Riviera do Oriente Médio”, realocando os palestinos para outro local.

Embora o presidente ainda tenha amplo apoio entre os republicanos, a ideia de intervir diretamente em Gaza encontrou resistência. Parlamentares que defendem a solução de dois Estados criticaram a proposta, apontando que essa tem sido a base histórica da diplomacia americana na região.

O senador Rand Paul ironizou a sugestão em uma rede social, questionando a coerência com o lema “América em primeiro lugar”, usado por Trump em sua campanha. “Não temos nenhuma razão para considerar mais uma ocupação que irá desperdiçar nossos recursos e derramar o sangue de nossos soldados”, escreveu.

O senador Jerry Moran enfatizou que a ideia de um Estado palestino não pode ser descartada unilateralmente, enquanto a senadora Lisa Murkowski evitou especular sobre o envio de tropas americanas, classificando a discussão como “assustadora”.

Casa Branca nega envio de tropas

Nesta quarta-feira (5), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que os EUA não enviarão tropas nem financiarão a reconstrução de Gaza. Ela ainda destacou que a retirada temporária dos palestinos do território é diferente da proposta de remoção definitiva sugerida por Trump.

Apesar das críticas, o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, apoiou a ideia, classificando-a como uma “ação ousada” para promover a paz na região. Ele afirmou que discutirá o assunto com Netanyahu em reunião no Capitólio nesta quinta-feira (6).

Popularidade da proposta entre eleitores republicanos

Donald Trump construiu sua base eleitoral prometendo evitar novos conflitos e guerras prolongadas. No entanto, pesquisas da Reuters/Ipsos indicam que sua nova abordagem expansionista tem baixa aceitação, mesmo entre republicanos. Um levantamento realizado entre 20 e 21 de janeiro apontou que apenas 15% dos eleitores do partido apoiam o uso da força militar para obter territórios estrangeiros.

O deputado Tim Burchett, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, demonstrou apoio à ideia de desenvolvimento imobiliário na Faixa de Gaza, destacando a oportunidade para a influência do capitalismo americano. Já o líder da maioria no Senado, John Thune, ponderou que qualquer proposta deve ser analisada com cautela para garantir paz e estabilidade na região.

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